Sábado, Maio 18, 2024
16.3 C
Lisboa
More

    Década perdida para os EUA e Europa

    O Nobel da Economia Joseph Stieglitz diz que as políticas de resposta à crise, em particular a austeridade, estão a falhar e prevê “uma década perdida para a Europa e Estados Unidos”.
    “A austeridade não tem funcionado e não vai funcionar”, disse Stieglitz, durante um debate temático de alto nível sobre a situação da economia mundial, na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
    “Nenhuma grande economia alguma vez recuperou com programas de austeridade de abrandamento ou recessão económica, e muito menos da magnitude que enfrentam hoje a Europa e Estados Unidos. E estas são ambas grandes economias”, adiantou o Nobel da Economia.
    Para Stieglitz, as reformas estruturais em curso não vão tirar a Europa da recessão em breve, e quando “mal desenhadas ou aprazadas, podem até exacerbar os problemas”, afectando a procura global, que deviam estar a estimular.

    Mercados estão a falhar

    Na génese da crise, afirmou, esteve a “falha dos mercados”, que conduziram a bolhas especulativas, e “hoje os mercados estão a falhar outra vez”.
    “É claro que os mercados não estão a usar bem os nossos recursos. E os nossos governos estão a falhar na correcção destes desequilíbrios dos mercados”, afirmou. “Meia década depois do rebentar da bolha, as economias não estão recuperadas e não parece que regressem ao normal em breve”, sublinhou Stieglitz.
    Lembrando os anos de 1980 na América Latina, considerada uma década perdida devido a uma acumulação de políticas erradas, o economista defendeu que “esta será a década perdida para a Europa e Estados Unidos, como resultado de más políticas”.
    No pico da crise, há quatro anos, Stieglitz presidiu a um grupo de peritos convocado pelo Presidente da Assembleia-Geral da ONU, para preparar um relatório com propostas de resposta à crise.
    O seguimento destas propostas “não foi tão longe” como devia, no combate à desigualdade e, em particular, na reforma dos mercados financeiros, que não regressaram a um patamar “estável e sólido”, salientou.
    Stiglitz defende um papel central das Nações Unidas na coordenação deste tipo de políticas, através de um “Conselho Global de Coordenação Económica, guiado e informado por grupos de peritos”.
    “A necessidade destas reformas é hoje mais clara ainda. O custo dos atrasos vai ser elevado, especialmente numa economia global frágil”, sublinhou.



     

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    TSE suspende julgamento de ações que pedem cassação de Moro por atos na pré-campanha em 2022; caso será retomado na 3ª

    O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu nesta quinta-feira o julgamento das ações que pedem a cassação do senador Sergio...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema