O Vice-presidente da República, Manuel Domingos Vicente, enalteceu nessa terça-feira, em Havana, a contribuição cubana na luta pela Independência de Angola, conquistada em 1975.
A exaltação foi feita durante a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no monumento construído em memória de heróis cubanos, no cemitério de Colón. Ali se destacam os tombados em combate em Angola.
O Vice-presidente declarou ser uma oportunidade de homenagear companheiros com que se lutou lado a lado.
“Sangue angolano e sangue cubano foram derramados no nosso solo pátrio e são laços que se criaram de amizade, que têm de ser preservados”, afirmou.
Disse esperar que as futuras gerações preservem estes laços históricos.
Depois da deposição da coroa, os membros da delegação angolana colocaram ramos de flores junto no mural onde estão expostas fotos de efectivos militares e civis tombados, além de alguns desaparecidos em combate.
Segundo o ex-guerrilheiro cubano Abel Roné Gattarno houve contactos com dirigentes angolanos, como Agostinho Neto, Lúcio Lara e Hoji-ya-Henda, a partir da década de 60, em Brazaville (Congo), que se à data da independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975.
Contou que esteve na célebre batalha do Ebo, Cuanza Sul, onde os sul-africanos, que tentavam evitar a proclamação da independência em Luanda, sofreram uma pesada derrota.
Já Abel Roné Gattarno valorizou o facto de a manutenção da soberania de Angola ter igualmente contribuído para a Independência da Namíbia e para a abolição do Apartheid na África do Sul.
Por sua vez, a primeira General de Brigada cubana, Tete Puebla, considerou ser um importante momento para lembrar e honrar a memória de companheiros que se bateram pela libertação de África e na luta contra o neocolonialismo.
A também deputada da Assembleia do Povo disse que os cubanos honram e veneram sempre os seus mártires, por serem parte da revolução e para que as gerações vindouras conheçam a sua história.
O combatente Geraldo Hernadez Nordelo, que esteve em Cabinda, no grupo táctico da 10ª brigada de tanques, agradece a homenagem aos cubanos, que se sentem orgulhosos por contribuir até com o seu sangue na luta pela libertação dos povos africanos.
Geraldo Nordelo, um dos cinco que havia sido condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos da América, tendo cumprido 16 anos em diferentes prisões de máxima segurança, disse que sentem o carinho e solidariedade dos povos por quem se sacrificaram, e que se unem por laços de amizade e solidariedade.
Os diferentes interlocutores manifestaram-se satisfeitos com os níveis actuais de desenvolvimento de Angola, pelas informações que vão tendo, considerando que valeu a pena o sacrifício consentido. (portalangop.co.ao)