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    Covid-19: Nova variante do Sars CoV-2 com origem na África do Sul apanha o mundo de surpresa – C.1.2 é a complexa designação da perigosa estirpe agora detectada

    Num momento em que que o mundo começa a abandonar as drásticas medidas de contenção da pandemia da Covid-19, pondo fim a confinamentos e diminuindo as medidas de segurança, seja por causa das elevadas taxas de vacinação, seja devido ao controlo sobre a expansão do Sars CoV-2, da África do Sul chega a informação de que uma nova e potencialmente ameaçadora variante do coronavírus por detrás da maior crise sanitária global em décadas já começou a espalhar-se pelo mundo.

    A C.1.2, a designação atribuída a esta nova variante, que as primeiras abordagens científicas admitem poder ser mais letal, devido à capacidade reforçada de contornar a defesa gerada pelas vacinas, e ainda maior transmissibilidade, o que é elemento comum nas novas estirpes, foi detectada pela primeira vez em Maio, na província do Kwazulo Natal e rapidamente alastrou não só pelo país, como pelo continente africano e pelo continente europeu.

    O que esta variante sul-africana, mais uma proveniente deste país, tem e que mais preocupação está a gerar entre a comunidade científica, é que a suas mutações já observadas são muito semelhantes às da variante Delta, com origem na Ásia, e que se tornou a mais comum e todo o mundo em escassos meses.

    Para já, ainda são escassos os dados, como sublinha a Organização Mundial de Saúde (OMS), sobre a real capacidade de dispersão desta C.1.2 – à qual, mais tarde, deverá ser atribuído um nome através de um caracter do alfabeto grego -, mas é já conhecida a sua forte transmissibilidade, faltando conhecer com pormenor as ferramentas que possui para ultrapassar ou não as barreiras imunitárias proporcionadas pelas vacinas.

    Todavia, para Angola, que inicia agora uma forte diluição das medidas de prevenção que vigoram desde Março de 2020, como a abolição da cerca sanitária a Luanda, ou no que diz respeito à abertura dos sectores de actividade económica mais sensíveis, desde logo os transportes públicos, a restauração e a diversão nocturna, bem como o comércio e o desporto, esta é uma duplamente preocupante notícia, visto que a vacinação é a mais segura barreira contra o seu avanço e o País ostenta um dos mais baixos índices de imunização entre os 54 países africanos, com menos de 2,5% da população já vacinada, pouco mais de 900 mil pessoas em mais de 30 milhões de habitantes.

    Condição que coloca Angola à mercê do acaso face à detecção desta variante em países como a RDC, Botswana e, embora ainda por confirmar, na Namíbia.

    E foi isso que levou, como o Novo Jornal noticiou, o Executivo, em Conselho de Ministros, a anunciar a realização de um sorteio anual, a 31 de Dezembro, como forma de incentivar a população a aderir às campanhas de vacinação.

    Isto, porque, como explicou o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Furtado, no final da oitava reunião do Conselho de Ministros de terça-feira, “a adesão da população não é positiva” apesar de haver vacinas disponíveis e de os centros de vacinação estarem devidamente apetrechados para fornecer um serviço célere, eficaz e seguro.

    A par deste sorteio, Francisco Furtado anunciou que vão ser desenvolvidas novas acções de sensibilização da população em todas as províncias, tendo, para isso, sido dadas instruções precisas, através da Comissão Multissectorial de Prevenção e Combate à Covid-19, às comissões provinciais, contando, para isso, com a colaboração dos media nacionais. e os órgãos de comunicação social, particularmente, desempenhem um papel mobilizador no sentido de sensibilizar as pessoas a vacinarem-se”, salientou.

    E essa adesão renovada e crescente dos angolanos à vacinação, hoje muito baixa devido a razões ainda por apurar na falta de um estudo alargado, mas que, como se pode perceber na leitura das fontes existentes, dos media às redes sociais, o sentimento anti-vacina está arreigado a crenças populares, como efeitos perversos no tempo, ou ainda devido ao papel dissuasor das igrejas evangélicas, como foi disso exemplo a notícia de um importante bispo anunciando a sua recusa em ser vacinado porque a hora da morte depende da vontade do Criador.

    Porém, o Sars CoV-2 parece estar a evoluir em Angola, como, de resto, em muitos dos países africanos, sem o mesmo ímpeto que na Europa ou nas Américas, apesar da baixa taxa de vacinação, o que os especialistas ainda não conseguem explicar na totalidade, mas que deve serresultado da muito baixa idade média da população, nalguns casos, como o angolano, abaixo dos 19 anos, sem ignorar as fortes medidas de prevenção impostas desde o início.

    Contudo, a C.1.2 aparenta ser mais uma dor de cabeça para a OMS e as autoridades sanitárias nacionais em todo o mundo, especialmente se se confirmarem os primeiros indícios de que a sua transmissibilidade e letalidade é, tendentemente, semelhante ou ainda mais apurada que a da variante Delta, que se espalhou para os 4 cantos do mundo em escassos meses, sendo já responsável por quase 100 por cento das mortes e hospitalizações em todo o planeta. De acordo com os últimos dados conhecidos, Angola soma 1.217 óbitos, o continente africano já regista, desde o início da pandemia, perto de 196 mil mortes, e no mundo os óbitos ultrapassam os 4,5 milhões.

     

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