Especialistas de saúde recomendam à população o uso de máscaras de protecção facial de pano, por entenderem que as cirúrgicas e filtrantes como a N95 devem ser utilizadas, prioritariamente, pelos profissionais de saúde e pessoas com sintomas da Covid-19.
Uma das novas medidas decretadas pelo governo angolana, no segundo ciclo da Situação de Calamidade Pública, é o do uso obrigatório e correcto de máscaras faciais na via pública, levando muitos a recorrerem a máscaras medicinais, o que pode motivar a ruptura de “stocks”.
Falando nesta quinta-feira à Angop, em Luanda, o especialista cubano em saúde pública, Fidel Hernanes, reitera a utilização de máscaras de protecção facial, mesmo caseiras de pano, porque também impede a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário.
“Além de inibir a propagação do vírus no ambiente, funcionando como uma barreira física diante de espírros”, esclareceu o médico, enaltecendo as medidas das autoridades angolanas perante a ameaça de aumento de casos, de forma cada vez mais vertiginosa.
Por sua vez, Fernando dos Santos disse ser importante interromper-se o ciclo de disseminação do vírus, seguindo-se as regras de distanciamento social, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e higienizar constantemente as mãos com álcool em gel e lavagem com água e sabão.
Advertiu para o recurso à tecidos com boa capacidade de filtragem de partículas, preferencialmente confeccionadas com “saco de aspirador”; cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%); tecido 100% algodão (como tricoline); e fronhas de tecido antimicrobiano.
Na falta desses materiais, sugeriu o especialista cubano em doenças infecto-contagiosas, também podem ser utilizados materiais encontrados no dia-a-dia, como camisolas, bermudas e outras peças de vestuário em bom estado de conservação.
Acrescentou, que o importante é que a máscara seja feita com camadas duplas, nas medidas corretas (cerca de 21 centímetros de altura e 34 cm largura), cobrindo totalmente a boca e nariz e que esteja bem ajustada ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.
No entender desse medico cubano, mesmo que uma pessoa esteja sozinha dentro do carro, é ideal o uso da máscara e também de óculos protectores, além de manter os vidros bem abertos para ventilar o ambiente interior da viatura e impedir que o vírus se aloje.
“As recomendações parecem extremas, mas é a solução mais fiel para que o risco de infecção dentro dos veículos fique próximo a zero”, frisou o médico da Multiperfil.
Já o sociólogo Abel Chico diz que a máscara de protecção facial é um equipamento de uso individual e não deve ser compartilhado entre familiares e amigos, dado o elevado risco de contágio, a julgar pelas particularidades dos sistemas imunológicos de cada indíduo.
