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    Covid-19: Autoridades tradicionais queixam-se da falta de apoio do Governo

    As autoridades tradicionais no País queixam-se da falta de apoio logístico por parte do Executivo e lamentam não ter sido arrolados na lista dos agregados familiares que necessitam de cestas básicas para acudir às suas necessidades diárias, cadastradas pelas administrações municipais devido à pandemia da Covid-19, soube o Novo Jornal.

    “Estamos sem nenhum apoio e esquecidos. E por causa da fome, só em Luanda, já morreram dois soberanos que não tiveram mesmo nada para comer”, afirmou o soba João Miguel, presidente do Núcleo das Autoridades Tradicionais e Representantes dos Reinos de Angola em Luanda (ANATRRAL).

    Segundo o representante da ANATRRAL, depois da declaração de estado de emergência, em Março último, o Governo decidiu avançar com o apoio a grande parte da população desfavorecida, com cestas básicas alimentares e, neste grupo, esqueceram-se das autoridades tradicionais.

    João Miguel lamenta o facto de os sobas não serem questionados, pelas autoridades, para fazerem o cadastramento e também serem contemplados com cestas básicas para acudir às necessidades diárias que enfrentam.

    “Nunca fomos tidos nem achados. E estamos a olhar para isso como exclusão social, porque são mais velhos a quem deve ser prestada muita atenção, mas isso não está a verificar-se”, disse.

    O presidente do Núcleo das Autoridades Tradicionais e Representantes dos Reinos de Angola assegurou que, devido às dificuldades, a ANATRRAL escreveu há dois meses para a Comissão Multissectorial de Combate à Covid-19, solicitando apoio, e nunca obteve qualquer resposta.

    “Já escrevemos para o coordenador da comissão, Pedro Sebastião, no sentido de prestarem apoios aos soberanos, não só alimentar mais também de materiais de biossegurança”, disse João Miguel, acrescentando que “diariamente muitos sobas percorrem as ruas em busca de alimento, correndo mesmo o risco de poderem ser infectados com o vírus da covid-19”.

    Recentemente, o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República e também coordenador da Comissão Multissectorial de Combate à Covid-19, Pedro Sebastião, afirmou que o Executivo continua a prestar apoio às famílias mais carenciadas, no âmbito do programa de distribuição de cestas básicas, tendo este programa já beneficiado, só em Luanda, mais de 140 mil cidadãos.

    Segundo dados do Ministério da Cultura, o Governo angolano controla mais de 40 mil autoridades tradicionais subsidiadas.

    Em Junho de 2019, a então ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, disse, no terceiro encontro das autoridades tradicionais, que é fundamental a acção das autoridades tradicionais por conhecerem de forma profunda a vida das comunidades.

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