O Tribunal Constitucional aprovou o processo de impeachment do presidente Park Geun-hye. Saída da presidente, acusada de fazer vistas grossas ao um jogo de tráfico de influência por uma amiga pessoal em seu gabinete, acontece em um momento militar delicado no país.
Com a decisão, Park se torna a primeira líder sul-coreana eleita democraticamente a ser expulsa do poder.
Os juízes entenderam que a agora ex-presidente ajudou uma amiga a extorquir dinheiro de grandes empresas do país — entre elas a gigante asiática Samsung — e de negligenciar um acidente ferroviário que deixou 300 pessoas mortas em 2014.
Uma nova eleição deve ser realizada dentro de 60 dias para escolher quem vai suceder Park Geun-hye no posto de presidente. O país está fortemente dividido, com manifestações de grande porte varrendo as ruas de Seul desde Outubro do ano passado, quando as revelações tiveram lugar.
Agora, liberais têm uma chance real de voltar ao poder após 10 anos. Moon Jae-in, que perdeu as eleições para a própria Park em 2012, tem se destacado nas pesquisas de intenção de voto, com mais de 30%. Hwang Kyo-ahn, do bloco conservador, tem chances, porém ainda não declarou se vai concorrer. O ex-secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon também já deixou subentendida sua intenção de ocupar o cargo, mesmo sob várias críticas e temores externos.
Momento delicado
Quem quer que assuma o gabinete presidencial encontrará a Coreia do Sul em um dos mais delicados momentos com a vizinha do Norte. Na sequência de testes balísticos pela República Popular da Coreia, os Estados Unidos anunciaram a instalação de um poderoso sistema anti-mísseis na península.
O tema despertou a ira da China, para quem o sistema ameaça sua segurança e integridade nacional. Alheio aos apelos do Conselho de Segurança, Kim Jong-un continua a série de provocações e declara intenção de atacar o Japão, a Coreia do Sul e bases norte-americanas na região.
O Departamento de Estado repercutiu o impeachment e já avisou que permanece um “aliado firme” de Seul. (Sputnik)