Os pescadores da Ilha de Luanda também praticavam Desportos náuticos. Quem não se lembra das regatas com canoas de mafumeira movidas à vela de pano crú, boa parte delas formadas com os sacos de açúcar da Fazenda Tentativa, em Caxito, e os de farinha de trigo das antigas moageiras de Luanda, que entravam em competição nas águas da nossa majestosa Baía de Luanda?
O modelo tradicional foi replicado em fibra de vidro e só a província do Namibe, mais concretamente o município do Tômbua adiantou-se na compra das primeiras 15 unidades produzidas. O que representa um óptimo indicador da aceitação do produto.
O resgate das nossas tradições levou a Rukka-Kayaks Angola, na pessoa do mentor Paulo Jimmy Reis, a lançar-se na produção de uma embarcação em fibra de vidro inspirada no velho DONGO, que os nossos pescadores usavam na faina pesqueira, durante muitos anos. A idéia funcionou a ponto de armadores de pesca do Namibe terem sido os únicos a adquirirem a título promocional, as primeiras 15 embarcações Ximbika Mar. É o começo de uma nova caminhada na vida desta empresa, com história inicial nas embarcações desportivas.
A ideia nasceu de um simples sonho de alguém apaixonado pelo mar que resolveu entregar-se de corpo e alma a moldar um produto que retratasse a vivência angolana nos planos aquáticos. O DONGO é sem dúvida alguma, a expressão máxima do angolano, na sua relação com o mar e na exploração dos seus variadíssimos recursos, entre eles o peixe e outras preciosidades comestíveis, além de veículo de transporte de vários bens e pessoas.
XIMBIKA Uma embarcação amiga do Ambiente.
A Ximbika que apresentamos não é a uma solução qualquer. Foi talhada ao pormenor, num esboço que respeita a escultura natural de construção e utilidade, permitindo ao marinheiro boas condições de segurança, rapidez e conforto e mais do que tudo, uma visão de preservação do meio ambiente.
É bom que se diga que a Ximbika de Mar nasceu para salvar o Ambiente do abate indiscriminado das espécies arborícolas, como a mafumeira, realizado pelos exploradores nacionais de madeira, que hoje usam e abusam da natureza, sem respeito às regras mais elementares de conservação. O abate indiscriminado da flora é utilizado como pretexto de sobrevivência humana e é aí que reside a questão da protecção das espécies naturais que compõem o universo dos seres vivos.
Foi tendo em conta este pretexto que a única empresa em Angola, de construção de embarcações desportivas, abalançou-se no desafio da diversificação e adaptação da sua estratégia produtiva para um campo mais próximo dos objectivos do Governo e conseguir os apoios necessários para desenvolver-se.
No seu folheto de apresentação, a Rukka define como objectivo, a produção em série do modelo Ximbika em várias versões, de acordo com os planos de água existentes em Angola. No mar ou no rio, a canoa Ximbika veio emprestar às plataformas aquáticas de Angola, um toque de modernidade, segurança e utilidade, sem precedentes no país, onde o respeito pelas regras de preservação ambiental, não passaram ainda da pré-primária, infelizmente, colocando em risco de contaminação permanente, não só a riquíssima fauna aquática existente no país, mas também a qualidade da água doce e salgada que utilizamos.
O Governo de Angola não deve ter receio de acarinhar empresários e projectos da estirpe da Rukka, pois estará a dar ao mundo, não só a criatividade, mas igualmente a paridade das nossas idéias com aquilo que se faz no universo industrializado, criando políticas de protecção e estímulo, aos produtores nacionais, no lugar da importação cómoda e desordeira de produtos cuja qualidade, duvidosa, acaba por empestar os nossos mares e rios de lixo tóxico, que aos poucos está a dizimar a vida nos planos aquáticos, que possuímos.
Para tanto é só ver o que se passa no majestoso rio Cuanza, grande em volume, história e utilidade, com a poluição desenfreada e contrabando de bens de diversas origens transportadas para o alto e fundo do mar, respectivamente, acabando por tornar esta via de comunicação, numa verdadeira estrada da morte de espécies naturais e humanas.
XIMBIKA MAR UMA RESPOSTA E PROTECÇÃO AO MEIO AMBIENTE
A embarcação Ximbika Mar veio dar outra graça ao ambiente encorajando outras práticas de preservação, tornando o factor exploração, navegabilidade, resistência e durabilidade, numa solução prática para os nossos problemas.
Com este tipo de produtos Angola pode dar-se por feliz ao apresentar soluções, que podem substituir as importações.
PREÇOS
A embarcação Ximbika é como tudo. Se for produzida em pequenas quantidades sai a um preço alto. Se for absorvida pelo mercado em quantidades consideráveis, torna-se num produto apelativo, ao beneficiar dos incentivos fiscais e promocionais necessários e acessíveis ao consumidor.
Como poderá isso acontecer? Muito simples. É necessário que o Governo no quadro das suas políticas de incentivo proteja a criatividade nacional com olhos de ver, deixando para trás, as práticas nocivas ao desenvolvimento, como o dumping, que prejudicam os nacionais em toda a linha do seu esforço de afirmação e outras práticas condenáveis, típicas dos nossos gabinetes de decisão.
A Ximbika de Mar foi concebida a pensar em soluções ao alcance do pescador comum ou aquele que vivendo à beira mar ou do rio tenha necessidade de uma embarcação utilitária para vários fins.
Chegou a hora de pensar nacional, se quisermos obedecer a uma matriz identitária muito nossa, politicamente falando, que incida na resolução dos nossos problemas, contando com os nossos meios e soluções técnicas como essa, que a empresa Rukka propõe ao mercado angolano, com o símbolo de qualidade, valor e identidade.
A província do Namibe já respondeu ao apelo da Rukka, ao adquirir 15 embarcações Ximbika Mar, numa acção pioneira típica de uma província casada com o mar e o deserto e onde a indústria pesqueira volta a dar sinais de liderança no conjunto da economia nacional.
A Rukka – Kayaks Angola possui vários projectos em carteira explorando a tecnologia de fibra de vidro, apresentando no seu catálogo uma variedade de produtos utilitários, que a seu tempo vamos aqui apresentar. Mas o seu foco estratégico gira em torno da constituição de um clube naútico, que visa congregar vários interesses à volta desta actividade, que constitui um verdadeiro filão de oportunidades industriais, se porventura houver impulsos institucionais fortes, visando valorizar a iniciativa nacional, que vai impulsionar o desenvolvimento da tecnologia de construção naval, a vários níveis.
Os dados estão lançados e o que mais importa agora é dar à Rukka Kayaks Angola uma lufada de vento capaz de a catapultar para níveis de produção industrial mais avançados.