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    Colonização intelectual e corrupção atrasam progresso africano

    Diversos académicos analisaram e chegaram a conclusão que o desenvolvimento do continente africano está preso ao caos da corrupção, pilhagem dos recursos e a falta de investimento para descolonização intelectual dos jovens.

    Durante um colóquio realizado esta quinta-feira, em Luanda, que abordou “Os grandes desafios de África no seculo XXI”, enquadrado no projecto “Oficina do Conhecimento”, os palestrantes Adebayo Vunge, Edmiro Francisco e Nkrumah Paim convergiram nas opiniões, num evento muito concorrido pela comunidade académica.

    O académico Adebayo Vunge privilegiou um debate africano virado à economia, enumerando que os obstáculos que imperram o desenvolvimento de África estão ligados à falta de boa governação em face a pilhagem de rescursos protagonizados pela maioria dos líderes africanos.

    No caso concreto dos prejuízos daí resultantes, recordou que a África perde mais de 62 milhões de dolares norte americanos por ano, por via da corrupção, branqueamentos de capitais e outras formas de má governação.

    A dependência “perigosamente” nas principais commodities, como o petróleo, é outro “mal”, porque basta uma oscilação do “ouro negro” para ameçar, estagnar ou colapsar as economias do continente berço e, com isso, promover o desemprego, fundamentalmente juvenil.

    O politólogo Edmiro Francsico questiona a importância dos blcoos economicos africanos em criar muitas zonas de comércio, quando, na verdade, na sua opinião, o continente devia criar uma “estrategia africana de segurança alimentar” exequível, una e indivisível.

    “A estratégia africana de segurança económica não é viável, pelo facto de se criar muitos blocos de zonas de comércio livre, que pode perigar a agenda2063, que visa tirar a África da dependência económica do ocidente. É necessário criar-se uma estratégia séria do continente”, reiterou.

    Finalizou que o continente africano é habitado por mais de um bilião e meio de pessoas, setenta por cento destes são jovens, que, apostando neles, através da descolonização intelectual, ajudariam o África a se desenvolver e evitar fuga de quadros para outras regiões do mundo que, até, são bem aproveitados.

    Nkrumah Paim, também politólogo, apresentou suas experiências enquanto funcionário dos Sistemas das Nações Unidas, para argumentar que é necessário democratizar-se o poder em África para combater-se a xenofobia, a descriminação e a cultura da vitimização de que é contra.

    Corrobora com Edmiro Francisco sobre a necessidade de se promover a industrialização, passando por criar universidades, combater a descolonização intelectual e incluir o género na governação, mas por mérito próprio e não por “facilitismo” com propósito de colmatar quotas para equilibrar o género.

    Paim entende chegar a hora de ultrapassar-se o conceito da vitimização, além de juntar às lideranças partidárias, juvenis, estudantis e de governação as mulheres, que podem ser futuras boas líderes. (Angop)

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