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    Centralidades tornam-se centros de empregos temporários

    Angop

    Os quarteirões das centralidades do Kilamba, KK 500, Vida Pacífica, Zango Zero e Km44, em Luanda, têm servido de locais de concentração de pessoas que procuram empregos permanentes ou temporários.

    Expostos nos pontos principais com materiais que identificam as suas habilidades, como latas com tintas, vassouras, antenas parabólicas, ferros de engomar, homens e mulheres biscateiros dispõem de todo e qualquer tipo de trabalhos domésticos e de reparação desejados.

    Provenientes de vários pontos da província de Luanda, os serviçais são mulheres e homens que, a partir das sete horas da manhã, marcam presença nos locais, na ânsia de conseguir alguma ocupação que garanta valor monetário para o sustento familiar, embora saibam que os dias são diferentes em termos de contratos diários.

    Para o trabalho doméstico ou de reparação, não existe uma tabela fixa de preços, pois os trabalhos são pagos mediante as negociações entre as partes, o que os torna arriscado, devido à desonestidade de certos contratados e contratantes, como explica Ana Domingos, engomadeira, e José Ernesto, canalizador, que estão nesta vida há quatro anos.

    Ana Domingos diz que pode dar-se o caso de engomar, mas a solicitante não aprovar o serviço feito, logo o valor combinado é desfeito, deixando o biscateiro prejudicado.

    O risco de contratação é maior para os patrões que colocam as residências à disposição de biscateiros desconhecidos durante muitas horas, sujeitos a furtos de objectos pessoais e de alimentos, como é o caso de Joana Nunes, moradora do Kilamba.

    A moradora explica que, por duas vezes, precisou de limpar a casa e deu conta do desaparecimento de alguns objectos e, dias depois, na esperança de reclamar à diarista, foi ao local de concentração e surpreendeu-se com o desaparecimento dela.

    Situação diferente teve Sandra Faria, que há sete anos contratou Rosa da Costa como diarista e permanece até hoje com a família, sem suspeita.

    Sandra Faria afirma que a escolha foi por intuição, devido à necessidade de ter uma auxiliar no lar.

    Segundo Josefa André, Inês Mendes, Júlia Milonga e Domingas Vunla, gostariam de ser trabalhadoras permanentes, por garantir salário seguro no final de cada mês, mas tem sido difícil encontrar emprego definitivo.

    Revelam, igualmente, terem sido contratadas por agências de prestação de serviços domésticos, mas o salário é reduzido, sendo mais rentável trabalhar por conta própria.

    António Manjongo informa que, no início do processo de ocupação das centralidades, os valores ganhos por dia eram consideráveis, face ao volume de trabalhos solicitados pelos moradores, mas hoje reduziu consideravelmente. “Há dias em que nada levamos para casa”, desabafa.

    Os jardineiros, os limpadores dos edifícios e os porteiros são os que fazem parte da lista de empregados domésticos com trabalho fixo, apesar de usufruírem um salário muito baixo, que varia de 15 a 20 mil Kwanzas mensais.

    Nalguns casos, os jardineiros e porteiros, para reforçarem a renda, ainda se sentem obrigados a ajudar os moradores a subirem com as compras, a limpar os carros e a exercer outras actividades.

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