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    Cabo Verde espera desligar TV analógica ainda este ano

    Observador|Lusa

    Neste momento, o sinal analógico e o digital funcionam em simultâneo. “Apagão” será por fases e a previsão é começar ainda este ano, pela ilha de Santiago.

    O presidente da Cabo Verde Broadcast (CVB), Luís Ramos, espera que o início do “apagão” analógico no país comece ainda este ano, no mesmo período em que a cobertura da televisão digital deverá ultrapassar os 90%.

    “Neste momento temos 75 a 80% de cobertura populacional, ou seja, pessoas que vivem em zonas onde há cobertura da televisão digital, já é um dado importante e contamos até final do ano ultrapassar os 90% da cobertura”, disse o presidente do Conselho de Administração da empresa responsável pela implementação e gestão de toda a infraestrutura de Televisão Digital Terrestre (TDT) em Cabo Verde.

    Neste momento, o sinal analógico e o digital funcionam em simultâneo, mas Luís Ramos avançou que já estão criadas as condições para avançar com o “apagão” analógico nas ilhas de Santiago, Maio, São Vicente e Sal, que compõem a primeira fase do projeto.

    O dirigente disse que o desligamento será por fases e a previsão é começar ainda este ano, pela ilha de Santiago, que está mais avançada na implementação da tecnologia.

    O que tem atrasado o desligamento é a falta de equipamentos suficientes no mercado, prosseguiu, dando como exemplo o descodificador para que as pessoas possam ter os equipamentos compatíveis em casa.

    A cobertura atual, segundo o responsável, resulta da implementação efetiva da primeira fase da tecnologia em quatro ilhas – Santiago, São Vicente, Sal e Maio, com 23 centros emissores que fazem o sinal chegar também a ilhas vizinhas.

    A mesma fonte adiantou que 20 centros emissores estão a ser concluídas em outras quatro ilhas – São Nicolau, Boavista, Fogo e Brava – correspondendo à segunda fase que deverá ficar pronta “nos próximos meses”.

    Onde o projeto encontrou “vários constrangimentos” foi na ilha de Santo Antão, a mais a norte do país e também conhecida como “Ilha das Montanhas”, devido à compra de terreno para os emissores.

    A aquisição de terreno em Cabo Verde é um processo complicado, mesmo sendo pequenos lotes, mas às vezes é difícil identificar os proprietários e quando são identificados nem sempre estão devidamente habilitados para poder ceder o terreno”, lamentou.

    Por isso, disse que o processo atrasou-se nessa ilha, onde serão construídos 17 centros emissores, mas o processo, disse, em breve vai “iniciar com força” para ter a TDT em todos os municípios ainda este ano.

    Outro constrangimento encontrado foram as zonas sombras em praticamente todas as ilhas, mas Luís Ramos afirmou que a empresa já resolveu grande parte dos problemas e “aos poucos” vai eliminando esses pontos “conforme prioridade e necessidades”.

    E com isso, garantiu que mais gente está a ver televisão no arquipélago, já que muitos canais chegam a locais onde nunca outros tinham estado.

    Segundo um estudo sobre o Acesso e Consumo da Comunicação Social apresentado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) de Cabo Verde, a televisão continua a ser o principal meio de comunicação social no país, com 82% de preferência.

    Com certeza que a televisão digital tem contribuído para esse indicador”, salientou o presidente da Cabo Verde Broadcast à Lusa.

    Neste momento, a TDT tem oito canais de televisão e seis rádios à disposição dos cabo-verdianos, mas Luís Ramos garantiu à Lusa que a ideia é disponibilizar mais estações televisivas, sobretudo regionais, à semelhança do que já acontece com as rádios comunitárias.

    Além dos canais de televisão e rádio, o presidente da CVB referiu que a TDT poderá fazer “muita coisa”, como o transporte de canais por assinatura e ter canais regionais.

    E também há possibilidade de vir a implementar uma plataforma online, onde podemos introduzir conteúdos, sobretudo de produção nacional, para não só servir a população residente como também a da diáspora”, completou.

    Num processo que está “bastante avançado”, o líder empresarial realçou, porém, que poderá vir a enfrentar algum constrangimento no meio urbano na hora do desligamento, porque as pessoas têm alternativas e evitam adquirir os equipamentos.

    Neste sentido, afirmou que as pessoas do meio rural são “mais propensas” a essa mudança da televisão analógica para o digital, onde veem “claramente” os benefícios da TDT, “com aumento significativo dos canais e com alguma qualidade”.

    Cabo Verde é um dos cinco países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) que estão mais avançados em termos de implementação da TDT, conforme determinou a União Internacional de Telecomunicações (UIT).

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