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    Brasil é o 3° país com maior número de jornalistas mortos na América Latina

    O jornalista cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade foi morto durante as manifestações populares de 2013 no Rio de Janeiro.. (REUTERS/Andre Mourao/Agencia O Dia)
    O jornalista cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade foi morto durante as manifestações populares de 2013 no Rio de Janeiro..
    (REUTERS/Andre Mourao/Agencia O Dia)

    Em um estudo divulgado nesta terça-feira (30), a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) afirma que o Brasil foi o terceiro país que mais registrou mortes de jornalistas na América Latina, com 38 assassinatos entre 2000 e 2014. O país só perdeu para o México, primeiro colocado com 81 profissionais da imprensa mortos, e a Colômbia, que registrou 56 casos de vítimas fatais.

    A ONG francesa contabilizou um total de 202 jornalistas mortos nos últimos 14 anos, somando os casos do México, Colômbia, Brasil e Honduras que ficou em quarto na classificação com 27 assassinatos, cometidos principalmente depois do golpe de Estado de 2009.

    A lista inclui jornalistas, blogueiros, comunicadores sociais e colaboradores de veículos de mídia. Segundo a RSF, a morte deles tem uma “relação evidente ou possível com suas atividades profissionais” e, na maioria dos casos, a motivação exata do crime continua desconhecida.

    “As investigações, quando são abertas, patinam e, geralmente, são travadas por autoridades corrompidas”, afirma a ONG no seu comunicado.

    “Normalmente, os jornalistas são vítimas de sua vontade de denunciar a ingerência, as violações de direitos humanos, o crime organizado e a corrupção”, escreveu a Repórteres Sem Fronteiras.

    Crimes impunes

    A ONG também denuncia em seu relatório que quase todos os crimes de jornalistas ficam impunes devido à falta de vontade política e da falta de eficiência do sistema judiciário.

    “Esse crimes tornam-se ainda mais preocupantes porque nenhum desses países está oficialmente em guerra, apesar da presença contínua de paramilitares na Colômbia ou diante da ofensiva federal contra os cartéis da droga durante a presidência de Felipe Calderón (no México)”, escreveu a ONG.

    Fatos marcantes no Brasil

    Em seu documento, a ONG diz que “os traficantes e os coronéis impõem um regime de terror aos jornalistas no Brasil”. Um infográfico apresentado pela Organização mostrou os fatos marcantes do período pesquisado, entre 2000 e 2014.

    Em 2002, quando Lula assumiu a presidência da República, a Repórteres Sem Fronteiras constatou que o crescimento demográfico e industrial no interior do país foi acompanhado por uma alta do índice de violência e da corrupção.

    Em 2013, a ONG afirma que os jornalistas brasileiros foram alvo durante as manifestações populares que sacudiram o país. No ano seguinte, a RSF constatou que durante a Copa do Mundo e com a proximidade das eleições gerais, a mídia se polarizou, refletindo o que aconteceu com a própria sociedade brasileira. (rfi.fr)

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