O chefe de Departamento Provincial dos Serviços Veterinários, em Benguela, João Mendes de Carvalho, defendeu, sexta-feira, que se faça um maior investimento na melhoria sanitária de abate de gado na região, para que a carne produzida pelos criadores e produtores locais garanta a saúde da população.
Em entrevista à Angop, o responsável reforçou o apelo a quem de direito para investimentos no sector veterinário, convindo salvaguardar a segurança alimentar nos municípios da província de Benguela, onde o abate de animais é feito no matagal, sem seguir as normas higiénico-sanitárias aceitáveis.
Admitiu que a exiguidade de recursos financeiros impossibilita os Serviços Veterinários de ter matadouros ou casas de abate de animais, principalmente nos municípios de Caimbambo, Chongoroi, Caimbambo e Ganda, com fortes potencialidades para a criação de gado, com destaque para o bovino.
Segundo avançou, apesar disso, existem várias unidades sem condições mínimas para o abate e comercialização nestes municípios, a excepção do Cubal onde funciona uma casa do género sob tutela da administração local e cujas condições higiênicas se vão degradando gradualmente.
Lembrou ser facto o abate clandestino de bovinos ou caprinos nestas localidades, o que constitui risco para a saúde humana, daí considerar imperativo investir na criação de infra-estruturas de abate de animais, capazes de produzir carne de qualidade recomendável.
Para si, a aposta neste segmento de mercado seria uma forma de desencorajar a prática do abate clandestino, que oferece a população carne imprópria para o consumo, podendo provocar doenças e poluição ambiental, com o depósito irregular de dejectos no solo ou matagal.
Deu ainda conta que a fiscalização dos Serviços Veterinários tem redobrado seu trabalho para contrapor a venda de carne de gado abatido em locais inadequados, uma prática recorrente na província de Benguela, e que coloca em risco a segurança alimentar do consumidor.
Explicou que todos os dias são encerrados, embora sem sucesso, locais de abate clandestinos, após denúncia da população, mas pouco tempo depois os criadores de gado e produtores de carne continuam com o negócio, “o que é uma dor de cabeça tentar acabar com esta prática”.
Por outro lado, no que se refere a última campanha de vacinação de bovinos, terminada em finais de Agosto último, informou terem sido vacinadas 60 mil cabeças, para as 100 mil inicialmente previstas, contra carbúnculo hemático, sintomático, dermatite nodular e peripneumonia contagiosa.
Salientou que, na província, o crescimento da bovinicultura tem-se destacado nos últimos tempos, mas defendeu a realização do censo bovino em Angola (o último foi realizado nos anos 70), de forma a saber-se o número de efectivo exacto de cabeças existentes na região e respetivas raças.
Actualmente, a província de Benguela conta com três casas de abate e um único matadouro, todos localizados em municípios do litoral, encontrando-se sob jurisdição dos Serviços Veterinários, onde os fiscais acompanham todo o processo, assim como a qualidade de certificação do produto destinado ao consumo. (portalangop.co.ao)
