Pelo menos, 395 trabalhadores da empresa de Transporte Urbano Rodoviário de Angola (TURA) iniciaram ontem, em Luanda, uma greve geral por tempo indeterminado, exigindo o pagamento de salários, relativos a 11 meses de atraso, constatou o Jornal de Angola.
Além dos salários em atraso, os grevistas também exigem da entidade patronal, o pagamento de subsídio de Natal do ano passado e subsídios de férias, referentes a seis meses (Janeiro a Junho) deste ano, em atraso.
Para a efectivação da greve, disse João Queta, foi remetida, a 30 de Maio deste ano, à direcção-geral da empresa, um caderno reivindicativo, aprovado em assembleia extraordinária de trabalhadores, no qual até a presente data, a entidade patronal não respondeu.
João Queta alertou que caso as reivindicações não forem resolvidas nos prazos previstos, os trabalhadores da TURA vão organizar uma marcha pacífica, para exigirem o pagamento dos seus ordenados.
O director-geral da TURA reconheceu que a instituição que dirige tem nos últimos anos atravessado um momento muito crítico, desde a sua implantação no mercado dos transportes rodoviários de passageiros.
José Junça lamentou o facto do que está a acontecer com os seus funcionários que têm famílias a passar fome, filhos a serem expulsos dos colégios, por não conseguirem pagar as mensalidades, e outros a serem retirados de casas por falta de pagamento das rendas.
O gestor da TURA disse ao Jornal de Angola que a empresa actualmente não tem dinheiro e aguarda por uma solução por parte das entidades de direito, sublinhando que os poucos recursos financeiros que tinham em stock acabaram.
“Portanto, não poderemos fazer milagres”, desabafou o director geral da TURA.