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    Assumo a sucessão com muita confiança – João Lourenço

    O candidato do MPLA a Presidente da República, João Lourenço, disse, em entrevista à agência noticiosa espanhola EFE, que assume com muita confiança a sucessão de José Eduardo dos Santos no cargo.

    “Assumo o desafio com muita confiança, apesar das dificuldades”, disse, antes de reconhecer a situação financeira menos boa que Angola vive, em consequência da queda do preço do petróleo nos mercados internacionais.

    “Angola é um país em paz, um país em que os cidadãos se reconciliaram e isto é uma vantagem em relação aos 38 anos em que foi Chefe de Estado o meu antecessor”.

    O também vice-presidente do MPLA fez questão de destacar que José Eduardo dos Santos governou em situação de guerra, durante pelo menos 27 anos.

    “Felizmente, encaro esta nova fase de paz com ânimo, vamos nos centrar, fundamentalmente, no desenvolvimento económico e social do país”, sublinhou.

    Quanto ao desenvolvimento económico, assegurou que Angola vai continuar aberta ao investimento estrangeiro e consolidará a estratégia de livre comércio.

    O candidato do partido ainda no poder reafirmou, também, a estratégia de privatização de empresas e assume-se como um reformador da sociedade angolana.

    João Lourenço diz que o grande ponto de viragem da história recente do país radica na paz, conquistada em 2002, que possibilitou a realização de três eleições pacíficas e um crescimento sem precedentes do país, apesar da persistência de índices de pobreza e alguns casos de corrupção.

    O objectivo da sua governação, disse, é “o desenvolvimento económico e social” de Angola, pelo que convida os investidores estrangeiros a participar nas oportunidades.

    “Vamos trabalhar para criar um bom ambiente de negócios e modificar a nossa política de vistos, porque isto tem sido um grande entrave”, promete.

    Na sua óptica, a estratégia para o desenvolvimento do país assenta na diversificação e nas privatizações e na consolidação das bases da economia de mercado.

    “Angola pode desenvolver-se. Tem recursos para lá do petróleo”, disse, ao enumerar os quatro sectores que requerem investimentos: agro-indústria, minas, pescas e turismo.

    “Angola possui uma vasta extensão, com abundantes terras aráveis, muita água, um clima propício (não tem Inverno), que o podem transformar numa grande potência agrícola, como o Brasil”, sublinhou.

    Conta também com uma “grande quantidade de minerais, como diamantes, ouro e ferro” e, “noutros tempos, foi um grande produtor de peixe e mariscos”, salientou.

    João Lourenço também destacou o vasto litoral, que pode propiciar o desenvolvimento do sector turístico. Para isso, disse, é preciso construir infra-estruturas, também com a ajuda de parceiros externos.

    Neste sentido, aproveitou para apelar ao empresariado espanhol a investir em Angola, incluindo no sector da defesa, sobretudo na vigilância marítima, porque a Espanha tem soluções e equipamentos para a protecção de fronteiras, tanto marítimas como terrestres.

    As trocas comerciais entre Angola e Espanha superaram os 864 milhões de euros, nos últimos cinco anos.

    Além disso, o governo espanhol tem uma linha de crédito para com Angola, no valor de 1.300 milhões de euros, para o sector da construção de infra-estruturas.

    A cooperação económica entre os dois países tem como áreas prioritárias a energia, águas, telecomunicações, petróleos, transportes, indústria, minas e turismo. Sessenta empresas espanholas estão presentemente em Angola.

    Relativamente às privatizações, João Lourenço assegurou que é uma opção em aberto. “Vamos estudar caso a caso, principalmente daquelas empresas estatais que são um fardo para o país, por não serem rentáveis e absorverem muito dinheiro aos cofres do Estado”, realçou.

    Sobre a pobreza, disse que continua a ser um problema preocupante. Referiu que, durante os últimos 15 anos, o governo vem reduzindo os índices, mas reconheceu que o mal “ainda persiste”.

    Neste sentido, o Estado compromete-se em tomar medidas a favor da inclusão económica e social, porque “não pode ocupar-se de todos os cidadãos. Por isso, apostamos no sector privado e isso é uma aposta para a solução do problema do desemprego”.

    Quanto à corrupção, diz que “estamos conscientes de que existe, o MPLA o reconhece, sabemos que é dos piores males que afectam a nossa sociedade” e “estamos decididos a combater este mal”, vincou. (Angop)

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