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    ANGOLA-ÁFRICA DO SUL: Comércio livre é o mecanismo para a circulação de mercadorias

    ENCARREGADO NEGÓCIOS RSA-O encarregado de Negócios da África do Sul assegura que as relações entre os dois países ficaram fortes com a visita dos dois Estadistas que relançaram a cooperação em várias áreas.

     

    Jornal de Economia & Fi­nanças (JE) – Como caracteri­za as relações económicas en­tre Angola e África do Sul?

    Maotwe Mokwena (MM) – As relações económicas entre Angola e África do Sul conhe­ceram melhorias desde as pri­meiras eleições democráticas realizadas em 1992. Foi a partir desta altura que os dois países lançaram as bases no sentido de as suas relações se torna­rem cada vez mais fortes.

    Em 1988, as relações econó­micas foram elevadas a um pa­tamar mais alto com a primei­ra visita oficial a Angola do Presidente sul-africano, Jacob Zuma e em 2010 do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos ao nosso país. Durante essas duas visitas foram assi­nados alguns acordos de co­operação, não só no domínio político, sobretudo na vertente económica, mais precisamente na cooperação de investimen­tos, de formação de quadros nas artes e cultura.

    No entanto, esses acordos vieram mais uma vez fortificar as relações já existentes, por isso, nessa altura em que fa­lamos, as relações económicas estão num nível bastante alto e desde então, temos assistido um número crescente de in­vestidores sul-africanos a visi­tarem Angola para explorarem as oportunidades de negócio.

    E por outro, temos obser­vado também muitos ango­lanos a visitarem a África do Sul para igualmente explora­rem as oportunidades que o nosso país oferece.

    JE – Quais são as princi­pais áreas de investimento que a África do Sul detém em Angola?

    MM – Os sul-africanos estão presentes em Angola, sobre­tudo, nos sectores mineiro, comércio a retalho e na banca. A banca é o segundo sector em que os sul-africanos têm maior presença, depois do mineiro, pois, hoje já assistimos uma presença da banca sul-africana em Angola.

    JE – Sendo a África do Sul, um dos principais parcei­ros económicos de Angola na região, quais são as di­ficuldades que os investi­dores sul-africanos têm en­contrado para expandirem os seus negócios?

    MM – Não se pode dizer que são dificuldades, mas sim desafios. E destes desafios po­demos apontar a dificuldade de conseguir visto de entra­da, que leva muito tempo. Mas é um assunto que já está a ser resolvido, pois os dois Governos já estão a trabalhar nesse sentido.

    Outro assunto prende-se com os direitos aduaneiros que são muito onerosos. Mas esses desafios não são só en­contrados em Angola, mais em toda a parte do mundo, pois os Governos querem proteger as suas fronteiras e os interesses dos seus investidores.

    Aliás, temos que levar em conta a competitividade, visto que há áreas em que o investi­dor sul-africano quer explorar, mas já estão a ser exploradas por outros países, sobretudo da China, Brasil, etc.

    Mas temos a esperança e acreditamos que os dois paí­ses vão trabalhar juntos para o desenvolvimento da região.

    JE – Em relação à zona de comércio livre, até que pon­to a sua criação vai ser uma mais-valia para a África do Sul e não só?

    MM – A concretização da Zona de Comércio Livre, não será apenas vital para os dois países, mas para toda a região Austral do continente, pois irá promover maior circulação de bens e serviços em toda a re­gião e os países também vão poder crescer e desenvolver num ritmo bastante satisfató­rio, enfim, vão poder fazer cir­cular os seus bens com maior facilidade e segurança.

    JE – E quais os principais produtos de exportação da África do Sul para Angola?

    MM – É difícil enumerar, pois se olharmos no comércio dos dois países, aí veremos que as relações comerciais es­tão mais a favor de Angola do que da África do Sul. Por isso, posso dizer que em termos de troca é mais Angola a enviar matéria-prima para África do Sul. O que nós enviamos para Angola são os bens de consu­mo já acabados.

    No entanto, os que estão mais interessados a investir em Angola são os do sector bancário, e sendo a África do Sul a maior potência da re­gião, não encorajamos Ango­la a exportar matéria-prima, mas sim a nos convidar para trabalhar essa matéria-prima no país de origem.

    E como Angola está em fase de reconstrução, trazemos também os nossos produtos ou materiais de construção.

    JE – Falou da presença do sector bancário em Angola, mas ainda assim nota-se uma fraca presença dos sul-africa­nos nesse domínio?

    MM – Na África do Sul te­mos muitos bancos, mais os principais são quatro, dos quais o Standard Bank que já funciona em Angola, e as de­mais têm apenas representa­ções. Mas, já estão a trabalhar com os bancos angolanos para capacitarem os angolanos nes­te sector.

    JE – Qual é o volume de in­vestimento feito pela África do Sul nos últimos anos?

    MM – Neste momento não nos é ainda possível apresen­tar dados sobre o ano de 2012, na medida em que estamos no princípio do ano, mas posso afirmar que poderão superar a cifra do ano passado, que foi de um bilião de dólares norte- -americanos.

    JE – Quais as principais áre­as de investimento dos ango­lanos na África do Sul?

    MM – Não tenho dados suficientes sobre isso, mas posso lhe assegurar que a maioria dos angolanos que vai a África do Sul investe no sector imobiliário.

    PEDRO PETERSON (Jornal de Economia & Finanças)

     

     

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