A advogada do activista angolano Manuel Chivonde Nito Alves denuncia perseguição contra o seu constituinte em Portugal, depois da abertura de um inquérito pelas autoridades daquele país porque, segundo Marina Caboclo, o activista apenas expressou a sua opinião como fez sempre em Angola.
Nito Alves foi detido na passada sexta-feira, 26, pela polícia portuguesa quando protestava defronte ao Consulado Geral de Angola em Lisboa, Portugal, tendo sido libertado horas depois.
Nito Alves revela que a polícia portuguesa foi chamada pelas autoridades angolanas quando foi ao Consulado Geral de Angola apenas para tratar da sua documentação pessoal, uma vez que perdeu o seu passaporte.
“Fui agredido pela polícia portuguesa quando exigia um salvo conduto, uma vez que perdi o meu passaporte, fui detido porque o cônsul chamou a polícia”, denuncia o activista.
Entretanto, Marina Caboclo, advogada de Nito Alves, diz que o seu constituinte foi humilhado aquando da detenção e que não há razões para a abertura de um inquérito contra o activista em Portugal.
“Nito Alves foi ao consulado tratar do seu passaporte e pedir apoio, ficou abalado quando percebeu que as autoridades angolanas chamaram a polícia”, explica a advogada, para quem Nito Alves é vitima de perseguição política em Portugal.
“Nito não fez nada senão protestar, como faz há anos, como foi no passado com o processo 15+2, no entanto esperamos que o processo seja arquivado”, conclui Caboclo.
Recorde-se, por outro lado, que Nito Alves está a ser processado em Portugal, pela secretária do cônsul angolano, Djamila Denise Carvalho Alberto, e sua assistente, Laura Lopes.
A queixa foi apresentada na sequência de uma manifestação ocorrida em Lisboa em Novembro do ano passado, contra o consulado de Angola naquela cidade.
Segundo a acusação, Nito Alves terá proferido na altura palavras contra as autoridades angolanas, consideradas de insultuosas e caluniosas.