Luanda – O vice-presidente da organização portuguesa Transparência e Integridade Cívica, Paulo Morais, defendeu hoje, em Luanda, a necessidade de os países praticarem a transparência orçamental ou das contas, para que haja desenvolvimento.
Segundo o entrevistado, que falava à imprensa, à margem da conferência sobre “A fuga de capitais e a política de desenvolvimento a favor dos mais pobres de Angola”, a falta de transparência ou a corrupção retiram sempre recursos financeiros afectos à Educação e à Saúde.
Paulo Morais, que também é professor universitário, argumentou que retirando recursos a esses sectores o desenvolvimento de qualquer país tarda em chegar.
Referiu que existe uma forte relação entre transparência e desenvolvimento ou entre corrupção e desenvolvimento e que “ sente-se sempre que tiram recursos para a educação e saúde que se está a desviar recursos do desenvolvimento”.
Por outro lado, Paulo Morais apontou, entre outros, o investimento estrangeiro e a facilitação da realização de negócios como factores que influenciam o desenvolvimento e a forte burocracia e a corrupção como sendo obstáculos ao desenvolvimento.
Questionado sobre soluções para o desenvolvimento e para combate à corrupção, o interlocutor disse que depende muito de cada realidade económica e social, mas a transparência orçamental nas contas é um dos factores indiscutíveis.
O evento, promovido pela Ajuda da Igreja Norueguesa (NCA) em parceria com Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola (Ceic), termina hoje e está a abordar, entre outros temas “ Números e estimativas dos fluxos financeiros ilícitos, Corrupção como obstáculo ao desenvolvimento no mundo e no caso português, e a Bancos e a fuga de capitais de África”. (portalangop.co.ao)