O ex-presidente da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, afirmou ontem, em Luanda, que vai voltar à vida política com a criação, nos próximos três meses, de um novo partido político, mas desta vez sem quaisquer compromissos e alianças partidárias, escreve o JA.
Abel Chivukuvuku prestou estas declarações à imprensa, após ser recebido, em audiência, no Palá-cio Presidencial, pelo Presidente João Lourenço, a quem foi agradecer o apoio dado quando esteve doente.
“Dentro de três meses o apito vai tocar e vamos indicar o caminho. Não com o PODEMOS, porque, há dois dias, o Tribunal Constitucional, sem assinatura do juiz-presidente, chumbou o PODEMOS”, sublinhou.
Sobre o facto de o PODEMOS ter sido, mais uma vez, chumbado, Abel Chivukuvuku disse não constituir novidade, na medida em que faz parte de uma “tentativa-padrão” de impedi-lo de voltar para a vida política.
Sem falar em aliados, disse haver alternativas para a criação de uma nova força política. Para o político, uma das alternativas passa por “criar a uma força política de raiz” com os seus seguidores, disse Chivukuvuku, afirmando desconhecer qualquer iniciativa de ligação ao partido APN.
Abel Chivukuvuku foi agradecer, em nome da família e em seu nome pessoal, a solidariedade do Presidente da República, que, apesar das suas múltiplas tarefas, foi visitá-lo ao hospital e pela “pronta intervenção das instituições públicas”.
O ex-líder da CASA-CE teve uma crise derivada de malária, paragem renal e paragem respiratória. Ficou internado na Clínica Girassol e depois transferido para um hospital da África do Sul, onde prosseguiu o tratamento médico. Anunciou a realização, hoje, de uma conferência de imprensa com a família para agradecer ao país.
Chivukuvuku agradeceu igualmente ao corpo médico, nomeadamente o doutor Dias Osório e outros, reconhecendo que “excederam-se na sua preocupação e demonstraram capacidade técnica na abordagem
do problema”.
“Quando se constatou que a crise era verdadeiramente grave, com paragens cardíacas e respiratórias, os poderes públicos prontamente agiram para que fosse para o exterior do país, onde foi possível usufruir de melhor tratamento”, lembrou o político.
Chivukuvuku disse ter aproveitado a ocasião para abordar com o Presidente da República questões relacionadas com a vida política, económica e social do país.
Relativamente ao serviço público de saúde, o político afirmou que o país tem ainda muitos problemas e que a situação é ainda grave e dramaticamente marcada pela falta de medicamentos, pessoal técnico e outras fa-lhas. “Gostaria de não ter sido evacuado e ficar na mi-nha terra e concluir o tratamento aqui”, realçou.