Um grupo constituído por três empresários portugueses e um guineense rubricou com o Governo de transição da Guiné-Bissau um protocolo para o fornecimento de energia elétrica para as populações de três localidades no norte do país.
Em declarações à Agência Lusa, Luís Neves, sócio do grupo Eletrobissau (constituído pelos portugueses Dinis Carvalho, Luís Neves e Francisco Melo e o empresário guineense Carambá Turé) explicou que se tudo correr como previsto até ao final do ano uma das localidades terá energia elétrica.
As localidades de Bula, Canchungo e Cacheu são as contempladas no projeto, mas Canchungo é a vila que deverá ter energia mais rapidamente já que possui 30 por cento de equipamentos, assinalou Luís Neves.
Logo no início do próximo ano Cacheu terá energia fornecida pela Eletrobissau e a seguir será a vez de Bula, vila onde o grupo terá que construir infraestruturas de raiz, disse Luís Neves.
Na primeira fase o fornecimento de energia às três localidades será feito à base de geradores alimentados a gasóleo, mas depois de três anos do projeto o grupo luso-guineense contará com o concurso de uma empresa espanhola que se vai juntar à iniciativa, construindo de raiz uma central a biogás ou biomassa, adiantou Neves.
O protocolo assinado entre a Eletrobissau e o Governo guineense é para durar mais de 20 anos e visa produzir energia e fornecê-la às populações a baixo custo.
Luís Neves diz ser preocupação da sua empresa a questão do roubo da energia.
“O roubo da energia elétrica é um problema com o qual temos de lidar, mas contamos desenvolver campanhas de sensibilização às populações destas localidades, fazendo-lhes ver que se nos roubarem a energia deixam de tê-la porque aí a empresa deixa de render”, observou Neves.
Numa primeira fase do projeto o consumo da energia é controlado através de contadores analógicos mas seis/sete meses depois será feito a partir de novos contadores pré-pagos a serem instalados para todos os clientes.
Na Guiné-Bissau o fornecimento da energia elétrica pública tem constituído um verdadeiro problema. Algumas localidades, sobretudo, as do interior do país, estão sem energia há mais de 20 anos.
Recentemente o Governo tem vindo a ensaiar parceiras com empresas privadas para o fornecimento de energia pública.
FONTE: Lusa