A Ordem dos Médicos de Angola está viver uma profunda crise interna com troca de acusações, cujo alvo tem sido a bastonária da organização.
Para falar sobre o assunto, ouvimos Arlete Luyele, Presidente da assembleia regional norte, Aldemiro Cussivila, director do gabinete de comunicação da ordem dos médicos e o jurista Augusto Pedro.
A morte do médico pediatra Sílvio Dala, numa esquadra de polícia em Luanda, no mês passado foi a ponta do “iceberg”, para fazer eclodir a crise interna na maior organização dos médicos angolanos.
As declarações pouco amistosas da Bastonária Elisa Gaspar, que não se mostrou solidária com o movimento de contestação contra morte de um dos seus filiados, causou a revolta de várias associações profissionais.
Como consequência o conselho regional norte da Ordem dos Médicos, convocou uma assembleia geral extraordinária, para 17 de Outubro, cujo ponto único é a “destituição da bastonária”, acusada de má gestão e desvio de fundos da instituição.
Elisa Gaspar, está há mais de um ano no cargo de bastonária, é também acusada de “descaminho de fundos e gestão danosa” da instituição entre os quais um alegado desvio de 19 milhões de kwanzas e de “outros gastos injustificados.
Todas estas acusações já foram desmentidas pela visada, que considera tratar-se de acusações gratuitas, cujo móbil está no cargo que desempenha.
Entretanto, para demonstrar o seu não alinhamento, o conselho regional sul da Ordem dos Médicos, apelou à calma ao conselho regional norte e repudiou a intenção tornada pública de realização de uma assembleia regional para destituição da bastonária Elisa Gaspar.
Através de uma nota de imprensa tornada pública, o conselho regional sul da ordem dos médicos esclarece, que caso aconteça a aludida assembleia, tal ato constitui uma grave violação dos estatutos, uma vez que o conselho regional norte não tem esta competência.
A Ordem dos Médicos de Angola está a funcionar atualmente apenas com duas assembleias regionais, nomeadamente os conselhos regionais sul e norte que abarca 70% dos médicos inscritos na organização.
A presidente da mesa da assembleia do conselho regional norte da Ordem dos Médicos, Arlete Luyele afirma, que a atual gestão da Ordem está marcada por inconformidades muito graves, incluindo acusações de caráter financeiro.