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    Vítimas das cheia têm casas prontas

    As casas sociais já concluídas para receber os sinistrados das cheias na cidade de Ondjiva província do Cunene

    O drama das centenas de famílias sinistradas pelas cheias que atingiram a cidade de Ondjiva, município do Cuanhama, província do Cunene, há cerca de três anos, está cada vez mais próximo do fim com a conclusão das primeiras casas sociais da primeira fase, no bairro Caxila III, arredores da capital provincial.
    As 2.500 moradias estão a ser erguidas numa área de aproximadamente 175 hectares, que inclui também equipamentos comunitários, serviços e espaços públicos, estradas, rede de distribuição de água, saneamento, serviço de energia, sistema de drenagem das águas pluviais, centros de saúde, escolas, entre outros.
    A população aplaudiu a iniciativa pois vê o sonho da casa própria mais próximo. Um desses exemplos é Maria Manuela que disse estar “muito satisfeita, pois já tinha perdido as esperanças de ser contemplada, mas graças a Deus, as casas foram concluídas”, disse.
    Segundo Maria Manuela a antiga casa onde residia não  tinha condições para uma família habitar.
    “Primeiro, eram inacabadas e quando chovia ficáva mos a nadar dentro delas”, disse.
    Francisco Albino é dos muitos que perdeu a sua casa e todos os seus bens devido às cheias. Ele e outros milhares de sinistrados, que foram alojados em tendas provisórias pelo governo provincial, aguardam com grande expectativa pela conclusão das casas, para passarem a habitar nelas.
    O relato de Francisco sobre como perdeu a sua casa é um verdadeiro pesadelo. Segundo explicou ao Jornal de Angola, na madrugada de uma terça-feira ele, a mulher e os cinco filhos foram despertados por ventos fortes e chuva torrencial, que acabou por provocar o desabamento da casa.

    “À mesma hora, antes das paredes desabarem, saímos a correr e depois tudo começou a desmoronar-se”, disse, acrescentando: “Nunca vou esquecer aquele noite. Várias outras casas foram destruídas e muitas pessoas morreram”.
    Francisco, que contava como tudo se passou indicando a tenda onde reside actualmente com a família, um local apertado e onde o calor se faz sentir demasiado, referiu: “Felizmente, estamos a ver que o Executivo cumpriu a sua promessa e brevemente vamos receber as nossas casas. Será  o fim de um drama que parecia nunca mais acabar”.
    Margarida Danhawena é outra sinistrada das cheias que está a viver nas tendas no bairro Caxila III. Ela explicou a nossa reportagem que a casa onde residia foi totalmente destruída pelas chuvas.
    “Não vejo a hora de passar a habitar na nova casa. Só temos de agradecer ao governo por resolver este problema”, disse, recordando aquele fatídico dia em que teve de abandonar a sua casa de madrugada, onde residia há 10 anos, quando percebeu que a chuva provocaria uma tragédia.
    “Perdi tudo. Hoje, apenas tento recuperar tudo que perdi”, afirmou.
    Os futuros moradores das casas elogiaram as condições existentes nas novas casa para uma família habitar.  Armando de Carvalho, um dos futuros beneficiários, disse estar feliz por as casas possuirem uma sala comum, três quartos, cozinha, despensa e quarto de banho.
    “Louvamos a iniciativa do Governo, pois já aguentávamos continuar a viver nessas tendas”, disse.

    Moradias entregues em finais deste mês

    Silvestre Tulumba, responsável da empresa Imusul, uma das empreiteiras contratadas pelo Executivo para a construção das 2.500 casas sociais, garantiu que as moradias serão formalmente entregues em finais de Outubro.“Estamos a trabalhar na base de um contrato de construção de 45 moradias, numa primeira fase”, explicou Silvestre Tulumba, acrescentando esperam receber um número maior de construção de casas na segunda fase.
    “Estas casas são o resultado visível dos desafios que nos foi proposto de construção de habitações sociais para os sinistrados das cheias. Estamos agora na recta final da primeira etapa, pensamos entregar as casas desta primeira fase no fim de Outubro”, disse, acrescentando o projecto vai ajudar na resolução dos problemas de habitação com que se debate a população mais carente.  O projecto concebido, disse, prevê a construção com dignidade, para que as famílias possam viver num ambiente de harmonia e qualidade de vida.
    “O projecto está inserido num esforço que o governo está a empreender para que se resolvam os graves problemas habitacionais que a sociedade angolana enfrenta. Aqui, as casas compreendem uma sala comum, três quartos, cozinha, despensa e quarto de banho”.

    Todos os sinistrados vão ser atendidos

    O ministro do Urbanismo e Construção, Fernando Fonseca, que visitou as casas sociais já concluídas, garantiu que todas as pessoas que perderam as suas casas por causa das cheias vão ser realojadas.
    “É vontade e desejo do Executivo atender todas as situações dos mais desfavorecidos da nossa população”, salientou o ministro, que garantiu que os projectos habitacionais actualmente em curso em todo país continuam a ser executados.
    “O Executivo não vai parar de continuar neste amplo projecto de construção de casas para as nossas populações”, afirmou.
    “Como tem sido referido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, nas múltiplas visitas que tem feito aos projectos de construção de várias centralidades e projectos sociais, nós somos os últimos que temos de ficar cansados”, disse Fernando Fonseca.
    Por isso, acrescentou o ministro, nao existem prazos para o Executivo parar de trabalhar para o bem estar das populações.
    “ Enquanto tivermos forças, capacidade e recursos, vamos continuar a conceber, a construir e a entregar melhores condições de vida à nossa população”, acrescentou.
    Questionado sobre a existência de algum plano de contingência para evitar que a população volte a viver o impacto das cheias, o ministro, peremptório, afirmou que o governo provincial do Cunene, o Ministério do Urbanismo e Construção e os órgãos do Estado que atendem situações de calamidades estão preparados, ao longo dos anos, para resolver os problemas da população sempre que necessário.
    “Como pode entender, a mãe natureza às vezes surpreende-nos, mas todos nós estamos preparados para resolver as situações da população e do povo sempre que as condições se apresentarem”, disse.
    O ministro sublinhou que o processo de construção de casas sociais para as populações é um processo evolutivo, que não se restringe apenas a quatro anos.
    Por isso, acrescentou,  devido às alterações climáticas e a pluviosidade média anual crescente, o Executivo angolano tomou todos os cuidados e precauções para que as situações de emergências registadas na província do Cunene, em particular na cidade de Ondjiva, não se voltem a repetir.
    “O trabalho de construção de diques permitiu garantir segurança às populações, a estabilidade física da cidade de Ondjiva, mas também lançar, com base nessa experiência, outros projectos que nos permitam salvaguardar o crescimento normal da cidade para outras zonas e, dessa forma sustentada, prevermos a construção de mais habitação para a população”, disse o ministro.
    Durante a sua visita, o ministro do Urbanismo e Construção também o andamento das obras de reabilitação do troço Ondjiva-Cuvelai, na estrada nacional 120,  e construção da nova estrada periférica de Ondjiva.

     

    Domingos dos Santos | Ondjiva

    Fonte: Jornal de Angola

    Fotografia: Domingos dos Santos

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