Luanda – A realização de uma cerimónia de homenagem aos antigos estudantes do império das ex-colónias portuguesas foi abordada numa audiência que o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, concedeu hoje, sexta-feira, em Luanda, ao secretário-geral da UCCLA, Vitor Ramalho.
A informação foi prestada pelo responsável da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) à saída do encontro ocorrido na Cidade Alta.
Salienta que deverão ser homenageados cerca de 120 jovens das ex-colónias que terão ido estudar em Portugal nos anos 40 e 50 e que depois passaram a integrar os movimentos de libertação nacional, e se tornaram políticos e escritores, como os angolanos Agostinho Neto, António Jacinto e Pepetela.
A Casa dos Estudantes do Império foi uma associação fundada em Lisboa em 1943, por cidadãos das ex-colónias que tinham sido enviados a Portugal para fazer formação superior.
Era constituída por secções autónomas atinentes aos territórios ultramarinos (Cabo Verde e Guiné, S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Estado da Índia, Macau e Timor), tendo sido criadas delegações no Porto e em Coimbra.
Disse que pretende realizar a homenagem em Lisboa, onde funcionou a antiga Casa dos Estudantes do Império.
Vitor Ramalho afirmou que a ideia foi acolhida porque os angolanos que passaram pela Casa dos Estudantes do Império foram pioneiros na política, literatura, sociologia, entre outros domínios da vida sociopolítica de Angola.
Informou que a UCCLA vai realizar uma série de encontros temáticos a partir de Outubro, sendo a primeira no Huambo, sobre protecção civil, dotando as cidades membros de capacidades para enfrentar calamidades, e de “redes temáticas”, em Brasília, para o qual deverá convidar a cidade de Mbanza Congo (capital da província do Zaire), pelo esforço para se tornar património da humanidade.
Manifestou ainda o interesse na cooperação autárquica, pela experiência acumulada, nos domínios urbanístico e da toponímia para facilitar a identificação correcta de ruas, do saneamento e na realização de processos eleitorais autárquicos.
O secretário-geral da UCCLA se predispôs ainda a contribuir para o desanuviamento da tensão provocada pela comunicação social, que, como disse, ensombram as relações entre estados.
Defende essencialmente a solidariedade entre os povos, particularmente, com o povo angolano, por Angola acolher um conjunto muito vasto de empresários portugueses, assim como pelo investimento que vem realizando em Portugal, que considera bem-vindo.
Vitor Ramalho cumpre em Luanda uma visita de cinco dias, iniciada no domingo. (portalangop.com)
