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    UNITA não permitirá realização de eleições se CNE “não respeitar a lei”

    A UNITA não permitirá que se realizem as eleições gerais em Angola, previstas para 31 de agosto, se a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) persistir em continuar a organizar o processo eleitoral de forma ilegal, garantiu ontem o líder do partido.

    “Não vamos permitir que se realizem eleições fora dos marcos da lei. Penso que estou a ser claro”, disse Isaías Samakuva, em conferência de imprensa, em Luanda, para divulgar o documento entregue na passada sexta-feira pela UNITA ao presidente da CNE.

    O documento, de 17 páginas e intitulado “Memorando Sobre os Vícios e Desvios à Lei que Enfermam o Processo Eleitoral”, contempla múltiplas denúncias do partido do “Galo Negro” sobre os problemas e alegadas ilegalidades detetadas no registo eleitoral, mapa de assembleias de voto, cadernos eleitorais, entrega das atas de voto e transmissão dos resultados eleitorais.

    Instado pelos jornalistas a especificar que tipo de mecanismos vai a UNITA utilizar para impedir a realização das eleições, caso a CNE continue a não reconhecer razão ao seu partido, Isaías Samakuva escusou-se a dizer que medidas adotará e respondeu que estava a falar claro.

    “Penso que estou a falar português”, frisou.

    Depois de afirmar que mantém a intenção de realizar no próximo dia 25, a seis dias do escrutínio, uma manifestação popular, para que a CNE altere os procedimentos na organização do processo eleitoral, Isaías Samakuva salientou que os preparativos para a iniciativa “estão em curso” e que é o povo angolano que “pressiona” a UNITA a sair à rua.

    “É o povo, afinal, que nos pressiona para que as eleições decorram de acordo com lei. Vamos recorrer também ao povo para que ele nos ajude a colocar as coisas nos carris”, destacou.

    “A manifestação está convocada. É para o dia 25 e vamos de facto, em uníssono, pedir que as eleições se realizem nos marcos da lei”, acrescentou.

    Recordando que faltam ainda cinco dias para a manifestação, o líder da UNITA reafirmou a vontade do seu partido em participar nas eleições “se tudo ficar bem”, mas, insistiu, não permitirá “que se realizem eleições fora dos marcos da lei”.

    Caso a CNE resolva os problemas identificados pela UNITA, a manifestação será desconvocada, garantiu.

    “Eu sei que há quem diga que nós queremos a guerra. Está a dizer-se que a manifestação é a guerra. Também já ouvi alguns dizer que vão organizar uma contramanifestação”, acentuou.

    “A nossa pergunta é a seguinte: nós queremos fazer uma manifestação para defesa da lei. Quem vai fazer a contramanifestação quererá então demonstrar que está contra a lei. Se fizer isso, fica claro”, adiantou.

    Isaías Samakuva referiu, por outro lado, que uma manifestação não é sinónimo de guerra.

    “A nossa manifestação vai ser responsável, de cidadãos que se querem pautar pela lei e de acordo com a Constituição. Aqui não há guerra. Ninguém quer fazer mais a guerra. Aliás, aqueles que falam da guerra tantas vezes, se calhar são eles que a querem fazer. Mas da nossa parte não há esse desejo, até porque não temos tropa, nem exército nem armas”, vincou.

    Para Samakuva, os que têm homens armados, milícias, armas, esses podem falar da guerra, mas não é esse o caso da UNITA.

    No passado sábado, o 1º secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Francisco Bento, disse à Lusa que a intenção da UNITA em se manifestar nas ruas traduz o “desespero de quem sabe que vai perder as eleições”.

    “Se eles quiserem fazer uma manifestação, nós vamos fazer uma contramanifestação. Uma manifestação para eles verem a grande força do povo angolano”, frisou.

    Ontem, a coligação Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), liderada por Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA, anunciou em conferência de imprensa que marcou também para o dia 25 um comício em Luanda.

    Na ocasião, Abel Chivukuvuku exigiu à CNE a correção imediata das irregularidades que detetou na organização do processo eleitoral.

    FONTE: Lusa

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