O mandato de Mohamed Abdullahi Mohamed «Farmajo», que acabou em Fevereiro, foi prolongado por mais dois anos. A decisão suscitou indignação e foi condenada pelo Conselho da Paz e Segurança da União Africana que vai enviar um enviado especial para tentar fazer sair o país da crise.
A Somália esta num impasse político. As eleições que estavam previstas no ano passado não foram ‘ainda’ realizadas. A Câmara Baixa autorizou o Chefe de Estado a ficar mais dois anos no poder, sendo que o mandato acabou em Fevereiro.
A reacção do Conselho da Paz e Segurança da União Africana foi tardia mas sem equívoco. O Conselho considera que o prolongamento do mandato de Mohamed Farmajo põe em causa «a unidade e a estabilidade» da Somália, isto enquanto as decisões da Câmara Baixa ameaçam «a paz e a segurança».
Para o organismo da União Africana, o acordo eleitoral de Setembro continua a ser a «melhor opção para haver eleições credíveis». A caminho de Mogadíscio está um enviado especial da UA.
As reacções internacionais também apoiam as declarações da UA. Os Estados Unidos, o Reino Unido e o IGAD – Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento -, este organismo em que a Somália é um membro fundador, aplaudiram a posição tomada pela UA, isolando cada vez mais o Presidente Mohamed Farmajo.
Esta situação tem causado tensões regionais. Mogadíscio tem acusado o Quénia e Djibuti de tentarem influenciar o Conselho da Paz e Segurança da União Africana, violando a soberania da Somália.
No terreno, em território somali, um tiroteio ocorreu entre soldados e partidários do chefe da polícia de Mogadíscio, demitido das suas funções por ter tentado impedir o voto da Câmara Baixa.
Para evitar um aumento das tensões internas, a União Africana pediu à força Amisom – Missão da União Africana para a Somália – de vigiar as forças armadas da Somália e de organizar uma reunião de urgência.