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    Ucrânia completa um mês de cessar-fogo não respeitado

    Cratera deixada por um foguete que atingiu uma rua de um bairro próximo do centro de Donetsk (Foto de JOHN MACDOUGALL/AFP)
    Cratera deixada por um foguete que atingiu uma rua de um bairro próximo do centro de Donetsk (Foto de JOHN MACDOUGALL/AFP)

    O leste separatista da Ucrânia registou uma nova escalada de violência ao completar um mês do cessar-fogo entre o governo de Kiev e os rebeldes pró-russos, que continuam recebendo reforços da Rússia, segundo as potências ocidentais.

    Fogo de artilharia voltou a atingir Donetsk este domingo. “Não há cessar-fogo. Está ouvindo?”, pergunta Yekaterina Mananikova, de 31 anos, apontando para o aeroporto que é cenário de tiroteios incessantes.

    Em um bairro a 5 km do centro da cidade, um foguete explodiu em meio a uma rua, ferindo uma pessoa e incendiando duas casas.

    “A paz já foi declarada duas vezes, quantas vezes será necessário declará-la para torná-la concreta?”, indaga, por sua vez, Vitali Chura, de 29 anos.

    Segundo Kiev, 75 soldados e civis morreram desde que foi acertado o cessar-fogo em 5 de Setembro.

    As autoridades de Kiev afirmam que não vão retirar suas tropas enquanto os rebeldes continuarem disparando contra suas posições, incluindo o aeroporto.

    Um comunicado recente dos separatistas de Donetsk enumerou os danos infligidos à cidade e concluiu: “A trégua é pior que os combates”.

    Apesar da violência, ambos os bandos se negam a declarar que a trégua não deu certo.

    Russos e ucranianos criaram, inclusive, um grupo junto à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para vigiar a fronteira conjuntamente.

    Observadores de ambos os lados e da OSCE se mobilizariam ao longo da linha de demarcação entre as forças de Kiev e os rebeldes, com o objectivo de vigiar o cumprimento do cessar-fogo.

    Os pró-russos controlam uma zona de 230 km por 160 km, o que representa 3% do território ucraniano e 9% de sua população.

    Vários analistas acreditam que o status quo beneficia a todos. Segundo eles, para Kiev é conveniente manter uma paz aparente para centrar-se na campanha para as legislativas de 26 de Outubro.

    “A sociedade quer ver o fim da guerra. Os políticos tentam responder a essa demanda e continuarão falando de trégua, apesar de, de fato, essa trégua não exista”, explica o analista político Taras Berezovets.

    Para a Rússia, alvo de muitas sanções económicas, o cessar-fogo é uma demonstração de boa vontade.

    A Europa, por sua parte, “não quer nenhuma acção agressiva contra a Rússia devido aos importantes vínculos económicos bilaterais”, explica Yuri Romanenko, outro analista político.

    Kiev e os rebeldes pró-russos se acusam mutuamente pela escalada da violência dos últimos dias.

    Os países ocidentais, cada vez mais preocupados com a situação, tentam forçar as duas partes a respeitar a trégua e, segundo a imprensa alemã, Berlim se mostrou disposta a mandar tropas para ajudar nessa tarefa. (afp.com)

     

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