A calma e a serenidade mantêm-se no centro de Kiev, onde dezenas de milhares de manifestantes continuam concentrados na Praça Maidan. A expectativa é escutar o prometido discurso de Vitaly Klitschko, um dos três líderes dos partidos da oposição que esta quinta-feira se reuniram pela segunda vez com o governo do presidente de Viktor Yanukovich para negociar mudanças políticas para o país.
A reunião, de acordo com as informações recolhidas pela euronews, já terá terminado, mas os líderes da oposição ainda não se dirigiram aos manifestantes.
Desde domingo que a Ucrânia é palco de fortes protestos antigoverno e os confrontos com as forças policiais antimotim tem vindo a agravar-se. Nos últimos quatro dias, pelo menos cinco pessoas morreram, duas delas na quarta-feira, e cerca de 300 terão ficado feridas.
No centro de Kiev, realizou-se, entretanto, uma pequena cerimónia religiosa em memória das vítimas mortais resultantes dos confrontos dos últimos dias e que se alastraram também a outras cidades ucranianas.
Os protestos de milhares de ucranianos começaram em novembro, na sequência do abandono pelo governo do presidente Yanukovich das negociações para uma associação comercial com a União Europeia. O chefe de Estado da Ucrânia preferiu virar-se para a Rússia e assinar com Moscovo um acordo comercial que prevê um empréstimo de 15 mil milhões de dólares (mais de 11 mil milhões de euros) para fazer face à dívida externa do país e ainda um desconto acima dos 30 por cento no preço do gás natural comprado à Gazprom. Uma boa parte da população não gostou do volta-face e revoltou-se contra o presidente.
A calma, contudo, mantém-se por estas horas em Kiev, embora esteja ainda longe de ser uma calma com reais garantias de paz. (euronews.com)