Na sexta-feira (16), o presidente eleito dos EUA Donald Trump prometeu criar zonas humanitárias seguras na Síria, obrigando os países do Golfo Pérsico a pagar pelas mesmas. O colunista da Sputnik, Alexandr Jrolenko, explica as implicações dessas declarações Trump.
Na sua opinião, as palavras de Trump fazem sentido apesar de seis dos países do Golfo Pérsico – Bahrein, Qatar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Omã e Arábia Saudita – não dividirem fronteiras com a Síria.
“Para os países do Golfo Pérsico, a Síria vive uma guerra centenária, uma luta pelo controle do caminho mais curto para transporte do petróleo até a Europa. Em primeiro lugar, esses países patrocinam grupos da ‘oposição síria’ e tentam transformar a Síria num segundo Afeganistão – dividir o país em zonas de influência. Nada pessoal, apenas negócios”, defende o especialista.
Perguntado sobre se os países do Golfo e seus vizinhos estariam dispostos a acatar às ordens dos EUA para pagar pela paz e a ordem na Síria, Jrolenko respondeu: “Se Washington disse que ‘é necessário’, então Abu Dabi encontrará os meios e recursos para atender a essa ordem”.
Segundo algumas estimativas, a paz na Síria pode chegar a custar até 180 biliões de dólares.
O especialista indica que, paradoxalmente, os vizinhos mais próximos de Damasco — Líbano, Israel, Jordânia e Turquia – estão, por sua vez, decididos a piorar a situação na Síria, especialmente se Assad continuar a liderar aquele país. Trump, no entanto, ainda não se pronunciou a respeito desse fato. (Sputnik)