Angola regista um défice na balança. O valor das importações para Angola continua a ser superior ao das exportações. Dados recentes indicam que o valor total das mercadorias importadas atingiram mais de dois mil milhões de dólares, enquanto as exportações, a verba foi de 1,1 mil milhões de dólares norte- -americanos.
Estes números reportam ao mês de Novembro passado. A balança comercial é a diferença entre o valor de exportações e importações de um país, constituindo-se numa espécie de “termómetro” da economia, que mostra em que nível de produção o país se encontra. É também um valor interessante para traçar melhores caminhos, a fim de que se possa tornar cada vez mais auto-suficiente.
Em Angola, há um incremento das diferentes trocas comerciais entre o país e as maiores economias a nível do planeta. Nos últimos anos, o peso da balança comercial tem-se notabilizado devido às constantes relações empresariais entre angolanos e homólogos de países, e também pela facilidade do investimento estrangeiro. Por conseguinte, elevam-se as importações e exportações de mercadoria que passam diariamente pelos principais recintos portuários do país, por sinal, a porta de entrada e saída de diversos produtos.
As principais mercadorias que escalam o território por via marítima entram por três portos, designadamente, o de Luanda, Cabinda, do Lobito e pelo Porto do Namibe. A par do de Luanda, o segundo maior porto é o de Cabinda, pois devido à sua localização geográfica tem facilitado as manobras dos grandes petroleiros. O Porto do Lobito segue em ordem de importância em termos de desalfandegamento de mercadorias, mas hoje com a internacionalização do Aeroporto da Catumbela, já é uma referência obrigatória.
Transacções
O Executivo criou as condições necessárias para acelerar o comércio com o exterior, em virtude de manter relações económicas diferenciadas com países cujas economias estão mais favoráveis à transferência de“know-how” e de tecnologia, no caso dos Estados Unidos da América, Alemanha, Espanha, Índia, Brasil, África do Sul, Portugal e China. Este último, com o qual o país mantém relações mais privilegiadas de entre os oito de língua portuguesa, comprou bens, fundamentalmente o petróleo, no valor de 29,4 mil milhões de dólares e vendeu mercadorias a Angola avaliadas em quatro mil milhões de dólares.
Já os Estados Unidos da América, as suas trocas comerciais com Angola estão acima de cinco mil milhões de dólares. Apesar dos americanos comprarem mais do que venderem aos angolanos, a balança comercial entre os dois países é estável.
A Índia é outro parceiro de Angola com trocas comerciais a ultrapassar os quatro mil milhões de dólares. As empresas indianas exportam para Angola, principalmente, carne, automóveis, equipamentos para comboios e tractores, medicamentos, tecidos e fibras para a indústria têxtil, enquanto Angola exporta para a Índia o petróleo.
Outras parcerias
Além da China, EUA e Índia, Angola mantém relações de aproximação com outros Estados de diversos continentes. Numa escala de 1 a 10, o país efectua trocas comerciais com Portugal. Este país europeu e de língua portuguesa exportou cerca de três mil milhões de dólares, tendo importado de Angola cerca de dois mil milhões de dólares. As trocas são também bastante expressivas, no caso da Itália (1,7 mil milhões de dólares), Alemanha (1,5 mil milhões), Brasil (1,4 mil milhões), Espanha (acima de 1,0 mil milhões) e África do Sul (dois mil milhões de dólares).
A Europa é um importante parceiro de Angola no plano económico e comercial.
Constitui-se no maior exportador para Angola e o terceiro principal parceiro comercial em termos globais.
Em termos regionais, Angola é, actualmente, o segundo principal parceiro comercial da UE na África Austral.
A relação entre Angola e União Europeia tem ainda assumido crescente relevância no quadro do fluxo de investimentos. Mateus Cavumbo (Jornal de Economia & Finanças)