Os 12 trabalhadores do Caminho-de-Ferro de Luanda (CFL), detidos ontem no Cazenga e acusados de sabotagem pela polícia, encontra-se nesta terça-feira, 14, no Palácio de Justiça D. Ana Joaquina a serem ouvidos pelo juiz.
“Estão lá no tribunal, temos quatro advogados a defendê-los e não acredito que todos serão ouvidos hoje, mas até amanhã teremos notícias”, disse à VOA Silas José, secretário-geral do Sindicato Independente dos Ferroviários de Angola, confirmou a audiência.
Os confrontos de ontem aconteceram quando os trabalhadores encontraram o acesso à empresa vedado pela polícia, e ao se dirigirem para a passagem de nível “no Cazenga, foram detidos pela polícia”, de acordo com aquele sindicalista.
Em nota, a Delegação de Luanda do Ministério do Interior disse ter tomado conhecimento da ocupação das instalações das oficinas do Caminho de Ferro de Luanda (CFL), da inviabilização da execução dos serviços mínimos, de alguns actos de sabotagem ao longo da linha férrea de Luanda e do impedimento da marcha do comboio na zona do túnel do Cazenga”.
Ainda de acordo com o Ministério, os grevistas deitaram-se na linha férrea, o que obrigou a rápida intervenção policial, “com o intuito de repor a ordem e tranquilidade públicas”.
Em greve desde 18 de Abril, os trabalhadores exigem um aumento salarial de 80 por cento, entre 19 reivindicações.
Silas José afirmou, no entanto, que a continuidade ou não da greve não está decidida e “é assunto a ser abordado dentro de dois dias”.