As autoridades elevaram hoje para 201 o número de mortos na sequência da explosão, seguida de incêndio, ocorrida, na terça-feira, numa mina de carvão em Manisa, na zona ocidental da Turquia.
Aquando da explosão havia 787 mineiros no interior da mina, dos quais 363 conseguiram sair, segundo disse hoje o ministro da Energia, Taner Yildiz, em declarações aos jornalistas.
“Enfrentamos uma situação muito grave”, afirmou durante uma visita ao local, indicando que se registaram 80 feridos – quatro dos quais graves.
O ministro turco manifestou-se ainda “preocupado” com a possibilidade de o número de vítimas mortais vir a aumentar nas próximas horas, garantindo que as centenas de membros das equipas de resgate farão de tudo para aceder, o mais rapidamente possível, ao local onde ainda há mineiros encurralados.
Taner Yildiz não arriscou, porém, avançar com um número, prometendo facultar, nas próximas horas, mais informação sobre a operação de resgate.
Um deputado da oposição que se encontra no local disse à agência Efe, por telefone, que o número de vítimas mortais poderá chegar aos 250.
“Ninguém tem números exatos. Mas é uma grande tragédia”, declarou Mustafa Moroglu, deputado do Partido Republicano do Povo, acrescentando: “Estão a ser retirados muitos corpos, tapados com mantas. Alguns dizem que pode haver até 250 mortos”.
“É certo que se trata de um dos maiores, senão o desastre mineiro maior da história do país”, frisou o parlamentar turco.
O pior acidente mineiro registado até à data na Turquia ocorreu em 1992, na localidade de Zonguldak, na costa do Mar Negro, onde morreram 270 trabalhadores.
Os sindicatos do setor mineiro têm vindo a denunciar o facto de estar a ocorrer acidentes com mais frequência do que na Europa devido à falta de medidas de segurança e equipamento.
A explosão, que teve lugar a 200 metros de profundidade, mas a uma distância de dois quilómetros desde a entrada da mina, terá sido provocada por um problema num transformador elétrico.
A mina pertence a uma empresa privada que emprega 6.500 trabalhadores em Soma, uma cidade com grandes reservas de carvão no oeste da Turquia.
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, adiou a sua visita à Albânia devido ao acidente, sendo esperado, em breve, no local, a cerca de 400 quilómetros a sul de Istambul. (tsf.pt)