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    Sistema de transporte rápido funcional em 2017

    (Foto: D.R.)
    (Foto: D.R.)

    O sistema de Trânsito Rápido por Autocarro de Luanda, tecnicamente conhecido por BRT – do inglês Bus Rapid Transit, poderá estar operacional dentro de dois anos. Laura Alfredo, coordenadora do projecto pelo Ministério da Construção, garante que a execução física da infra-estrutura rodoviária está já nos 47%.

    O sistema de Trânsito Rápido por Autocarro de Luanda, tecnicamente conhecido por BRT – do inglês Bus Rapid Transit, poderá estar operacional no segundo semestre de 2017. Neste momento, estão em curso as obras de construção das rodovias que irão suportar o sistema.

    De acordo com a engenheira Laura Alfredo, coordenadora do projecto pelo Ministério da Construção, cerca de 47% de execução física da obra estão já cumpridos. “Neste momento estamos a trabalhar no troço três. O um é o 11 de Novembro, o dois começa na Sapu e termina em Viana/Camama, depois temos o três, que vai dar à Estalagem. A plataforma até ao troço dois já está aberta, tendo já as expropriações feitas. O troço um está praticamente apenas à espera de receber o tapete, pontualizou. “Já temos feita toda a micro e a macrodrenagem”, acrescentou. Entretanto, segundo disse, a actual crise financeira e económica que o País atravessa, provocada pela queda do preço do petróleo no mercado internacional, está a afectar o ritmo de andamento das obras.

    Por este facto, Laura Alfredo mostrou-se céptica, quanto ao cumprimento dos prazos. As datas apontavam para a conclusão dos trabalhos, que estão a ser desenvolvidos pela empreiteira Odebrecht, em finais de 2016. Num seminário realizado, recentemente, sobre o sistema BRT, o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás, lembrou que ao longo das últimas décadas os países em desenvolvimento, de uma maneira geral, têm vindo a sentir os efeitos da acelerada expansão urbana, muito dependente do uso do automóvel, um padrão que, como disse, gerou uma ocupação dispersa, fragmentada e muitas vezes desordenada dos solos.

    Acrescentou que, em paralelo, o transporte colectivo tem perdido também espaço no sistema viário, cada vez mais dedicado ao automóvel, os quais, na grande maioria, transportam um número reduzido de passageiros. “Os resultados dessa concentração são perversos, caracterizados por congestionamentos crónicos nas grandes cidades, desgaste excessivo do sistema viário, degradação de áreas urbanas, desperdício de tempo e de combustível, assim como num aumento da poluição ambiental”, frisou.

    De facto, uma das grandes consequências tem sido a redução acentuada da taxa de mobilidade, que compromete o exercício do papel social dos indivíduos, inibindo o crescimento das actividades socioeconómicas, contrapondo todos os esforços de melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento urbano. Não há dúvidas de que o crescimento do número de automóveis nas cidades, em particular em Luanda, está a impactar negativamente na velocidade do transporte colectivo regular convencional, quando este disputa espaço no mesmo sistema viário e transfere passageiros para o transporte realizado por veículos menores, degradando o perfil de deslocamento dos indivíduos nas suas viagens.

    De acordo com o ministro Augusto Tomás, foi para minimizar este tipo de situações que se projectou o sistema de transporte rápido para Luanda. Fez saber que o mesmo tem como propósito conceder prioridade àqueles cidadãos que dependem dos transportes públicos colectivos nos seus deslocamentos diários, conviver na maneira mais harmoniosa possível com o transporte motorizado individual, para deste modo procurar promover uma melhor mobilidade urbana e maior qualidade de vida das pessoas.

    “Este desafio obriga-nos a repensar todo o sistema de deslocamentos da população, dando resposta à política defendida elo Governo em relação à priorização do transporte colectivo, estruturado com base nas directrizes do plano director- -geral da região metropolitana de Luanda, focado numa futura rede integrada de transporte, que permita o aumento da mobilidade dos cidadãos, integrando os diversos modais, nomeadamente, o rodoviário, o ferroviário, o marítimo e os deslocamentos a pá”, sublinhou o governante.

    Fez saber que, com o sistema BRT, os veículos em Luanda irão numa via exclusiva para a sua circulação, com extensão total de 53 quilómetros, divididos em dois corredores com 24 estações. Adicionou que a frota inicial do sistema será composto por 240 autocarros, sendo 90 articulados, 50 biarticulados, 100 alimentadores convencionais, capazes de transportar em torno de 200 mil passageiros por dia ou 5 milhões mensalmente. Explicou que o acesso ao sistema se dará através de modernas estações, que permitirão a operação de embarque e desembarque no mesmo nível dos autocarros, “de maneira rápida, eficiente e segura para os utentes”.

    Durante a fase de implementação do sistema BRT serão gerados, segundo Augusto Tomás, um mínimo de 4 mil empregos directos e, na fase de operação, à volta de 1.500 empregos permanentes. “Estudaram-se experiências de outras cidades e países como, por exemplo, a rede integrada de transporte de Curitiba (Brasil), o transporte de Bogotá e Medelín (Colômbia), sistemas implementados de forma a considerar todos os conceitos que caracterizam o BRT”, avançou.

    Jorge Bengui, do Gabinete de Infra-estruturas e Serviços Técnicos do Governo da Província de Luanda, considera que a dimensão de Luanda hoje exige soluções em termos de mobilidade que vão ao encontro das reais necessidades da mobilidade e passam necessariamente por um sistema de transportes em massa multimodal. “Por aquilo que nós sabemos o BRT é uma resposta para ir ao encontro dos reais problemas da mobilidade. Estamos com uma expectativa muito grande”, disse.

    O responsável solicitou, por isso, alguma manutenção em termos de prioridades ao sector dos transportes, sobretudo terrestres, para se continuar a ir em busca das respostas mais adequadas ao actual momento da circulação rodoviária e das necessidade de locomoção da população. (expansao.ao)

    Por: Francisco de Andrade

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