O secretário-geral do PS advertiu hoje que a Europa “está em perigo” e defendeu que, a partir de uma determinado nível de desemprego num Estado-membro, deverá ser a União Europeia a pagar os subsídios de desemprego.
Estas foram algumas das posições assumidas por António José Seguro num encontro com 27 jovens, iniciativa que decorreu na sede nacional do PS e que pretendeu assinalar o ‘Dia da Europa’.
Nas suas intervenções, António José Seguro frisou que o último congresso do PS, que se realizou em Santa Maria da Feira, assumiu pela primeira vez uma opção claramente favorável ao federalismo na União Europeia, mas considerou que o projecto europeu “está em perigo” e “não representa um horizonte de esperança”.
“A sensação que temos é que a Europa está a regredir e a vir para trás, não sendo capaz de lidar com os problemas concretos e reais das pessoas, designadamente o desemprego”, apontou.
De acordo com o secretário-geral do PS, a União Europeia precisa de mais solidariedade e deu como exemplo de algo inaceitável o facto de Portugal e a Alemanha terem ido aos mercados na passada terça-feira, mas enquanto a emissão de dívida portuguesa resultou numa taxa de 5,6% e emissão alemã registou um juro negativo de 0,4%.
“Isto não é solidariedade. A União Europeia é um prédio com 27 andares, 27 Estados-membros. Se há uma inundação no rés-do-chão, tem de ser resolvida logo se não afecta os outros andares”, argumentou Seguro.
Entre outras propostas, o secretário-geral do PS defendeu que, a partir de um determinado nível de desemprego, seja o orçamento da União Europeia a pagar os subsídios de desemprego.
“Isto conduziria a que os países que têm recursos financeiros financiassem a economia para evitar o desemprego. Caso contrário, teriam de pôr mais dinheiro no orçamento [europeu] para pagar os subsídios de desemprego”, declarou António José Seguro, acrescentando que esta sua proposta “é uma provocação” à União Europeia.
(lusa.pt)