As relações entre Angola e a China foram passadas em revista nesta segunda-feira, em Pequim, durante uma audiência concedida pelo vice-primeiro ministro chinês, Wang Yang, à delegação angolana encabeçada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil, Edeltrudes Costa.
O encontro foi antecedido, no domingo, da primeira sessão da Comissão Orientadora da Cooperação Económica e Comercial entre Angola e a República Popular da China.
No encontro, a comitiva angolana reafirmou a necessidade da consolidação da parceria estratégica com a China, para o cumprimento das metas fixadas no Plano Nacional de Desenvolvimento de Angola 2013-2017.
Na sua intervenção, Edeltrudes Costa, que co-presidiu o encontro com o ministro do Comércio chinês, Gao Hucheng, sublinhou que Angola espera que a China reforce os seus investimentos nos domínios da indústria, da energia e águas, das pescas e dos transportes, em especial da aviação regional, para facilitar as ligações entre países africanos, da construção de aerogares e aeroportos, bem como de trabalhos adicionais à reabilitação dos caminhos-de-ferro.
Referindo-se sobre a diversificação da economia, grande aposta do Executivo angolano, o ministro de Estado apelou à experiência chinesa na agricultura, na produção de alimentos e no desenvolvimento de projectos no domínio sócio cultural e da formação de quadros, como acções de cooperação a ter em conta no curto, médio e longo prazo, na parceria estratégica entre os dois países.
“A nossa parceria estratégica ganha ainda maior significado no actual contexto económico e financeiro internacional, caracterizado pela incerteza, com destaque para a queda do preço do petróleo, que tem vindo a afectar a economia angolana”, referiu.
A delegação angolana ao encontro, uma antevisão da próxima reunião da comissão mista bilateral, a realizar-se em Maio próximo na capital chinesa, integrou o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, a secretária de Estado da Cooperação, Ângela Bragança, o secretário de Estado do Tesouro, Leonel da Silva, secretário diplomático do Presidente da República, Carlos Alberto de Carvalho.
O presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Francisco de Lemos José Maria, também participou no evento.
A parte chinesa, integrada por representantes de vários departamentos ministeriais, instituições financeiras e empresas, comprometeu-se a fazer de Angola o país prioritário na cooperação, de forma a participar activamente na industrialização e diversificação da sua economia.
A parte chinesa disse ainda estar disponível a mobilizar empresas locais para investir e transferir a produtividade para Angola, nomeadamente nas áreas de aço, materiais de construção, cimento e vidro.
Na área da agricultura, a China diz estar disponível para ajudar Angola a estabelecer um centro piloto de tecnologia agrícola, formar quadros e desenvolver o cultivo de milho, arroz e outros cereais.
Na área da energia e água e mineração, outra aposta do Executivo angolano, a parte chinesa vai aumentar a sua cooperação, de modo a ajudar Angola a estabelecer um sistema completo e independente das industrias de petróleo e de minas.
A delegação angolana, que deixou Pequim nesta segunda-feira, manteve ainda encontros com o vice-governador do Eximbank da china, Yuan Xingyong, e visitou o centro de intercâmbio de alto nível na empresa Huawei, gigante mundial em telecomunicações.
As trocas comerciais entre a China e Angola atingiram em 2014, 37,07 mil milhões de dólares. (portalangop.co.ao)