Nas suas análises sobre o desempenho da nossa economia, o jornal Africa Intelligent revela que “as autoridades angolanas, pretendem demonstrar que terminou a era dos empréstimos fáceis para os notáveis do regime, e fazem um grande relato sobre o desempenho da empresa de recuperação do crédito malparado, Recredit”. “O sucesso deste último – diz o jornal “não é o que parece”. Porque “o seu balanço é amplamente financiado pelo Estado, e não pelos seus devedores”.
Com um plano de recapitalização avaliado em 1,08 mil milhões de kwanzas, o Banco de Poupança e Crédito, BPC, de capitais públicos beneficiou de uma importante injecção financeira em títulos do tesouro, anunciada em Março por Walter Pacheco, director da Unidade de Gestão da Dívida.
O secretário de Estado das Finanças e Tesouro, Osvaldo João, afirmou na ocasião, durante um encontro institucional, que a Recredit, instituída para recuperação do crédito malparado, foi recapitalizada “há muito”, com Títulos do Tesouro avaliados em 440 mil milhões de kwanzas.
A Recredit, segundo o governante terá recebido “cerca de 950 mil milhões de kwanzas do BPC em crédito malparado para, depois “absorver os valores da recapitalização”, terá dito na ocasião, o secretário de Estado, especificando que “o objectivo do Executivo é libertar o BPC do crédito malparado e transformá-lo numa “boa instituição”, conferindo à Recredit, a missão das cobranças difíceis.
Segundo dados em nossa posse, o Estado tem como propósito injectar três mil milhões de dólares na recapitalização do BPC e o Banco Económico e envolver-se na compra de 25 por cento das acções da Unitel à Sonangol.
Sabe-se que este processo evoluíu ao longo dos últimos meses, com alguns percalços consubstanciados em operações menos claras por parte de alguns funcionários entretanto neutralizados e que dão a idéia de que as manobras internas estão sob controlo e não devem prejudicar a missão de banco comercial público de peso na economia angolana.