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    Quénia. Ataques a zona turística provocam pelo menos 48 mortos

     Quénia (Joseph Okanga / Reuters)
    Quénia
    (Joseph Okanga / Reuters)

    Dezenas de militantes islâmicos de grupo somali aliado da Al-Qaeda invadiram cidade costeira e incendiaram esquadra da polícia e hotéis

    Meia centena de homens armados de um grupo somali com ligações à Al-Qaeda atravessaram de rompante uma pequena cidade costeira do Quénia, Mpeketoni, em duas carrinhas, e causaram a morte a, pelo menos, 48 pessoas na sequência de ataques a dois hotéis, uma esquadra da polícia e um banco, segundo relatos de testemunhas e residentes. Entre as vítimas mortais estão vários homens que assistiam a um jogo de futebol do Campeonato Mundial na noite de domingo, tendo o atentado começado pouco antes das nove da noite (17h30 em Lisboa).

    Os militantes do al-Shabaab – grupo terrorista baseado na vizinha Somália que reclamou a autoria do ataque como retaliação pela morte de muçulmanos – lançaram primeiro explosivos para o interior da esquadra, antes de nela entrarem para roubarem armas. Depois incendiaram os dois hotéis e, ao cruzarem as ruas da localidade a cerca de 30 quilómetros da ilha de Lamu, um resort turístico bem conhecido na região, dispararam em todas as direcções, causando vítimas de forma aleatória.

    O grupo extremista vem repetindo as ameaças de estar a preparar ataques como este para vingar a presença militar do Quénia na Somália. O ataque em Mpeketoni é o mais mortal desde que, em Setembro passado, quatro homens armados do al-Shabaab invadiram o centro comercial de Westgate na capital, Nairóbi, matando 67 pessoas.

    Nas primeiras horas, o ataque encontrou pouca resistência por parte do aparelho de segurança do Quénia na cidade a cerca de 100 quilómetros da fronteira com a Somália, isto apesar de as autoridades terem afirmado que iriam estar em alerta durante o Campeonato do Mundo para garantir que o visionamento dos jogos em locais públicos teria condições de segurança. Este incidente espelha um atentado do al-Shabaab no Uganda, em 2010, quando multidões que assistiam pela televisão a uma das partidas do Campeonato Mundial, em Kampala, foram alvo das bombas terroristas. O balanço ficou então em 77 mortos num país que enviou também tropas para a força de 22 mil militares que estão a ajudar o frágil governo somali, apoiado pelas Nações Unidas, a ver-se livre do al-Shabaab.

    As forças de segurança reagruparam-se em Mpeketoni e os relatos davam conta de ferozes tiroteios que se prolongaram até depois da meia-noite, com os militantes a serem finalmente rechaçados e obrigados a recuar para uma floresta nas imediações, segundo informou o ministro queniano do Interior, Joseph Ole Lenku.

    A polícia e a Cruz Vermelha quenianas colocaram o número de mortos em 48, com os residentes em aldeias que cercam a cidade a relatarem também que os militantes tinham prosseguido os ataques à medida que eram rechaçados de Mpeketoni. Aviões de reconhecimento do exército foram postos no ar pouco depois do início do ataque, e o chefe da polícia, David Kimaiyo, disse à AFP: “Os nossos agentes estão ainda a vasculhar a área. Trata-se de uma atrocidade que não quero ver repetir-se em nenhum outro lugar.” (ionline.pt)

    por Diogo Vaz Pinto

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