Brasília (Dos enviados especiais) – O Chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, apelou na noite de segunda-feira, na capital federal brasileira, Brasília, a unidade dos países africanos para lutarem pela sua liberdade económica e a criar “boas alianças”.
Declarou que depois da unidade para a libertação do continente do colonialismo e do apartheid, conseguida a libertação política e completa de África “hoje estamos na luta pela libertação económica”.
O Presidente intervinha numa encontro de cortesia com embaixadores de países africanos, no quadro da visita de estado que efectua à República Federativa do Brasil.
Falou da necessidade de os agrupamentos económicos regionais, continuarem a lutar para conseguir a autosuficiência em África, no domínio alimentar, prestação de serviço e assistência médica de qualidade, produção de água potável e sua distribuição à todas as populações.
José Eduardo dos Santos referiu que, à semelhança de outros continentes que vão criando blocos económicos fortes, África deve juntar todas as forças para melhor conduzir esta luta pelo desenvolvimento económico e social, pela conquista do lugar que o continente merece no mundo.
Apontou o Brasil como um exemplo de bom parceiro de cooperação, por ter uma “política progressiva e bastante positiva em relação à África, no sentido da promoção da paz, estabilidade, do desenvolvimento económico, social e científico e sobretudo na transmissão das suas experiências para resolução dos problemas que afligem as populações mais pobres”.
Afirmou que o Brasil é um país muito importante para África, por ser constituído por muitos descendentes de países africanos que contribuíram com o seu génio e trabalho para o desenvolvimento deste país e que trouxeram elementos culturais, que ligam os povos dos dois continentes.
O Chefe de Estado angolano indicou como outro elemento fundamental, a contribuição brasileira na formação de quadros africanos, considerado como um elemento estratégico para o desenvolvimento.
Lembrou que o continente tem recursos naturais abundantes, mas nem sempre está a altura de os valorizar, transformando o produto para colocar no mercado com valor acrescido.
Salientou que, normalmente, nos acordos com grandes companhias estrangeiras, sobretudo de países ocidentais, África sai sempre a perder.
“Vendemos a matéria bruta barata e importamos os produtos industrializados muito caros”, por não estarmos em condições de discutir os contratos com vantagens.
Para o estadista angolano, a formação do capital humano é fundamental para a valorização dos recursos e o aumento da riqueza.
“Nós os africanos precisamos de bons parceiros e bons aliados, que neste mundo complexo, em que ainda há quem queira ver África em lugares subalternos, nos possam apoiar a defender as nossas posições e a assumir, no contexto da Nações, as posições que merecemos”, afirmou.
José Eduardo dos Santos falou da realidade angolana de longos anos de guerra e do programa de paz que, felizmente, deu certo e que se procura levar a outros povos do continente.
Por conseguinte, defendeu a necessidade de se reforçar as relações de amizade e de cooperação entre todos os países africanos. (portalangop.co.ao)