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    PSD desafia António Costa para reformar sistema político

     António Costa (Rodrigo Cabrita)
    António Costa
    (Rodrigo Cabrita)

    Secretário-geral do PSD desafia futuro líder do PS para se sentar à mesa. “Se António Costa quiser, vamos a isso”

    O PSD responde ao apelo do Presidente da República para a reforma do sistema político com um apelo a António Costa. “A nossa disponibilidade é total, mas não depende só de nós. António Costa é que tem de responder. Se António Costa quiser vamos a isso”, diz ao i o secretário-geral do PSD, José Matos Rosa.

    O apelo foi lançado por Cavaco Silva no discurso do 5 de Outubro e aumentou a pressão para que os partidos façam alterações à lei eleitoral no sentido de “promover uma maior aproximação entre eleitos e eleitores”.

    Perante o desafio de Belém, o PSD garante que está disponível para “começar a trabalhar neste assunto”. “Pergunte ao Dr. António Costa se também está disponível para trabalhar”, acrescenta Matos Rosa.

    Curiosamente, uma das últimas decisões de António José Seguro foi avançar com um projecto de deliberação que previa que os eleitores pudessem escolher “o seu deputado”, bem como a redução do número de deputados para 181. A proposta estava agendada para discussão no dia 1 de Outubro, mas foi retirada, após a vitória de Costa nas primárias. O futuro líder do PS classificou a iniciativa da direcção como “um erro”, já que “afecta muito a proporcionalidade”.

    A reforma do sistema político exige um entendimento entre o PSD e o PS, mas o novo líder parlamentar dos socialistas, Ferro Rodrigues, sugeriu, após o discurso de Cavaco, que não é por aí que se resolvem os problemas. “Portugal não teve até agora nenhuma crise de governabilidade, houve sempre soluções para formar governo. A crise que existe é uma crise de confiança determinada pelo que aconteceu depois da crise internacional.”

    A discussão à volta de um novo sistema eleitoral é antiga e o Presidente não deixou de lembrar que “há décadas” que “se fazem estudos e debates”, mas “pouco se avançou em concreto para combater o afastamento dos cidadãos relativamente à vida cívica”.

    Um puxão de orelhas aos partidos políticos, que nunca conseguiram chegar a acordo para mudar o sistema político, apesar de PSD e PS concordarem com a necessidade de fazer reformas para travar o afastamento entre eleitos e eleitores. A um ano das eleições legislativas dificilmente os dois maiores partidos chegarão a um acordo, principalmente devido à redução do número de deputados, que está no programa dos sociais-democratas, mas conta com a oposição de António Costa.

    O PSD, apesar de ter no seu programa a redução de 49 deputados e a “introdução de mecanismos de personalização das escolhas pela via do voto preferencial- -opcional”, nunca avançou com nenhuma proposta no parlamento, o que se justifica com o facto de o CDS ser contra uma reforma que possa prejudicar os partidos mais pequenos.

    Os entraves são muitos, mas Cavaco tenciona insistir na necessidade de mudar o sistema político. Belém não tem prevista nenhuma iniciativa para falar com os partidos, mas os contactos poderão ocorrer durante as reuniões (não oficiais incluídas) que o Presidente mantém com vários agentes políticos. (ionline.pt)

    por Luís Claro

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