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    Perito sugere reestruturação das Forças Armadas de Moçambique

    O especialista em segurança Énio Chingotuane alerta que Moçambique reagiu tarde ao terrorismo. Por isso, defende a reestruturação profunda das Forças Armadas, mais investimento e cooperação com o estrangeiro.

    Énio Chingotuane, do Centro de Estudos Estratégicos da Universidade Joaquim Chissano, em Maputo, alertou num estudo recente para a necessidade de uma reestruturação das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) a vários níveis: desde os equipamentos à formação dos militares. Segundo o perito, são precisas novas tácticas para combater os insurgentes em Cabo Delgado.

    “[Isso] exige uma abertura do Estado moçambicano para a cooperação com outros Estados no treinamento e formação. Ouvi que alguns desses processos estão já em curso, já se está a avançar para um curso específico para aquele tipo de actividade”, admite.

    O investigador diz que o “despreparo” de Moçambique para lidar com fenómeno do terrorismo se deve ao facto de não ter reagido a tempo às mudanças a nível global, apesar dos alertas dos Estados Unidos sobre o fenómeno na região. “Hoje estamos a ajustar-nos em cima do problema. O que tem que ser feito agora são duas coisas: o reajuste em termos de equipamento, infraestruturas militares, e uma reestruturação da nossa filosofia de investimento militar”, sugere.

    Governo tem sido criticado por destinar uma grande fatia do bolo orçamental (mais de 10%) para a defesa e segurança.
    (DR)

    Reforço de meios
    Segundo o estudo, os grandes desafios de Moçambique passam por reforçar os meios aéreos de vigilância, patrulhamento e ataque, mas também manter o controlo de territórios reconquistados aos insurgentes. Para isso, deveria haver “forças territoriais defensivas destacadas em pontos estratégicos e divididas em quartéis fortificados”, com sistemas de trincheiras, bunkers e torres de observação, lê-se no trabalho académico.

    O Governo moçambicano tem sido criticado por já destinar uma grande fatia do bolo orçamental (mais de 10%) para a defesa e segurança, em detrimento de outros sectores. Mas o deputado da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e jurista António Boene sublinha que o país não pode esquecer o sector da defesa. “Porque nós não podemos pensar que, pelo facto de estamos circundados pelos países aparentemente amigos, não precisamos de acautelar a nossa segurança”, adverte.

    “Qualquer país do mundo, incluindo países que há anos não têm guerra, hoje podem ser amigos e amanhã podem não ser”, frisa.

    De acordo com o analista Énio Chingotuane, o Presidente da República, Filipe Nyusi, tem estado a fazer um trabalho notável no combate ao terrorismo em Cabo Delgado face aos recursos disponíveis.

    “Creio que a resposta à altura que ele está a trazer compensa aquilo que são as suas capacidades. No entanto, é preciso perceber também que existem vários constrangimentos que impedem que ele consiga atingir os objectivos”, comenta o investigador.

    Para o jurista Ericino de Salema, é necessário não esquecer os deslocados internos e fornecer-lhes assistência humanitária.

    “[Há] 350 mil deslocados baseados agora em Pemba e alguns na província de Nampula… Naturalmente que isto é algo que compromete o exercício dos direitos fundamentais”, sublinha.

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    FonteDW

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