O grupo parlamentar (GP) do PAICV (oposição) desmentiu hoje o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva, reiterando que foram os deputados desta bancada a solicitar a audição da ministra da Educação no Parlamento.
Segundo a nota de imprensa do GP do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) a que a Inforpress teve acesso, Maritza Rosabal deveria ser ouvida na Comissão Especializada da Educação, Cultura, Saúde, Juventude, Desporto e Questões Sociais (CEECSJQS) no passado dia 07 de Outubro, mas esta audição “foi adiada na véspera, sem qualquer justificação”.
“Além desse adiamento a senhora ministra da Educação esteve arredada do Parlamento durante esta última sessão, inclusive nem chegou a responder às perguntas dos deputados ao Governo que estavam na agenda”, precisa a nota dos parlamentares eleitos nas listas do PAICV.
O GP do PAICV justifica o desmentido ao chefe do Governo, alegando que no passado dia 29 de Outubro, o primeiro-ministro teria afirmado “que o PAICV não tinha solicitado a audição da ministra da Educação e que isso só iria acontecer por iniciativa do MpD, chegando mesmo a anunciar ou solicitar que a mesma fosse transmitida, em directo, pelos media”.
“Estamos aqui para colocar a nu esta inverdade proferida pelo chefe do executivo cabo-verdiano”, esclarece a mesma fonte que “estranha a atitude” do primeiro-ministro que “foi mal informado” ou quis “intencionalmente manipular a opinião pública”, sublinha.
“Com esta atitude fica engrossada a lista de violações da Lei e do Regimento da Assembleia Nacional, impedindo a oposição democrática de exercer o seu direito de fiscalização da actividade governativa”, lamentam os deputados do PAICV, advertindo ainda, que esperam que esta “não seja mais uma manobra dilatória e uma forma de impedir a presença da ministra da Educação, no Parlamento”.
Anexada à nota de imprensa do PAICV vêm algumas mensagens trocadas entre a vice-presidente da CEECSJQS, Ana Paula Santos (PAICV) e a presidente da mesma comissão especializada, Maria Celeste Fonseca (MpD) a confirmar que os deputados do maior partido da oposição haviam pedido desde o 07 de Outubro no sentido da realização de uma audição à titular da pasta da Educação.
Recentemente, a 27 Outubro, o grupo parlamentar do PAICV entregou na Procuradoria-Geral da República (PGR) uma queixa contra o Governo, por indícios de prática de corrupção, no processo que envolveu a concepção e edição dos manuais escolares.
A iniciativa se processou através dos deputados José Sanches, Eva Ortet, Ana Paula Moeda e Vera Almeida, justificando que estavam a entregar a referida queixa à PGR, por terem recebido várias informações sobre como foi feito o “negócio dos manuais”, e que por isso, “queriam ver esclarecidos todos os meandros do mesmo entre o Estado de Cabo Verde e uma empresa sueca, com ligação a algum membro do Governo do país”. (Inforpress)