Os verdadeiros amigos, estão connosco nas batalhas mais difíceis; lutam para o nosso bem espiritual e social. Alguns são tão prestáveis, que nem os nossos familiares de sangue.
O mundo está tão complicado que já não sabemos a quem cedermos o trunfo da confiança. Aos amigos? Aos familiares? Aos vizinhos? Aos colegas? Estamos perante uma equação difícil. O francês Oliver Clemente, esclareceu que a amizade é um tesouro que enriquece a vida. Transplantemos este pensamento para a nossa realidade:
Ngunzo, sempre que fosse para a casa do seu colega Azarado e amigo de longa data, sondava de caxexe, as partes mais belas da mulher do outro! As suas visitas eram prolongadas e pareciam eternizar-se no tempo.
O camba estava convicto que tudo era feito em nome da amizade. Advertindo os jovens um cota Tocoista disse: “A mulher e o homem, são como a gasolina e o fogo. Não podem estar juntos”…
Numa manhã de sábado, de sol ardente, o jovem Nguzo, profissional de comunicação e bom de palavreado, resolveu ir a casa do seu colega Azarado em passeio, como era da praxe. O dono da casa estava ausente por motivo de trabalho. Nguzo, o papista, chegou exactamente à hora do pitéu, pelo que a comadre, sem jeito, convidou-o a partilhar.
Ngunzo, com o maior à vontade deste mundo, não se fez rogado e foi directo ao recipiente de comida exposto à mesa, trancou a cara e disse : “A comadre está a brincar comigo? Eu não como massa. Faz uma panela de funge, e compra-me um litro de vinho tinto de dois contos e quinhentos!
“A mulher, pasmada e alheia à situação, satisfez o esquisito desejo do atrevido…
O homem desapertou os botões da camisa! Sentou-se à mesa no lugar do camba, pediu o saca-rolhas, abriu o litro de vinho, tomou um copo de relaxe, enquanto aguardava a bilada. À hora certa comeu, descansou, e disse: comadre amanhã quero mais!
Azarado teve mau pressentimento. Queria voltar a casa, mas o dever falou mais alto. Mais tarde, quando se aproximou à porta do cubico, já cansado, deparou-se com o seu candengue, que disse: ” Pápá aqui veio um tio! Mandou a mamã cozinhar funge. O homem fingiu não ouvir nada. Pediu o vinho e sentou-se no seu lugar!
Azarado, pôs as mãos à cabeça, gritou: ai meu Deus?!.
Teve uma crise de ciúmes e de tensão alta. No leito hospitalar, o homem repetia: “já não quero”…
Quando recuperou, chamou D. Xiquita sua mulher e disse: “vou matar”… Quem comeu aqui? Não aconteceu mais nada? O candengue, respondeu: “não velho eu controlei a velha”.
Amargurado, o homem disse: “A partir de hoje, na minha ausência, não quero ninguém em casa… Nem os teus primos nem os meus, nem os teus irmãos, nem os meus. O Ngunzo, não é amigo, é um assassino, tem coragem de acabar comigo, e herdar o que é meu”.
Entre lágrimas Xiquita disse: “amor, o amigo é teu. Sempre disseste que devo atender bem as tuas amizades. Eu não fiz nada de mal. Ele insistiu muito, até pensei que estivesse à sua espera, como já aconteceu.
A maka terminou na segunda-feira de manhã com uma sessão de porrada no posto de trabalho. Os chefes ouviram, os colegas não gostaram da atitude do lampião. Infelizmente, a Lei Geral do Trabalho não cuida dessa matéria. Azarado seria lundulado em vida, e Ngunzo, perdeu a confiança do seu melhor amigo e, nunca mais foi convidado a entrar em casa dos outros avilos, por causa do seu olhar de gaivota.
Moral: Devemos ter cuidado com a história de apresentar alguns amigos falsos à esposa. Já o padre espanhol José M. Pujadas, adiantou que, a amizade desaparece, quando a duvida aparece. Hugo Schlesinger, é de opinião que ” A amizade é como os títulos honoríficos. Quanto mais velha mais preciosa”.