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    Oposição na Guiné Equatorial acusa CPLP de ter “vendido” entrada do país

    Os principais líderes da oposição na Guiné Equatorial que concorrem nas eleições legislativas de domingo acusaram hoje a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de ter aceitado “vender” o lugar de país-membro ao Presidente Teodoro Obiang.

    “O que houve foi uma venda de um lugar e Obiang pagou a alguém”, disse à Lusa Andrés Esono Ondo, líder da Convergência para a Democracia Social (CPDS) e um dos dirigentes da coligação Juntos Podemos que concorre nas eleições legislativas e autárquicas de domingo.

    Gabriel Obiang Obono, líder do Cidadãos pela Inovação, concorda com esta análise: “a CPLP foi comprada para permitir a entrada da Guiné Equatorial”.

    Acusado de vários atentados contra os direitos humanos e de não respeitar os direitos políticos da oposição, ao governo de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no poder desde 1979, foram impostas apenas três condições de entrada no roteiro aprovado em 2010: colocar o português como língua oficial, promover o ensino do idioma e acabar com a pena de morte.

    Até ao momento, apenas está concluído o processo de elevação do português a língua oficial. A pena de morte continua legal, apenas suspensa na sua execução graças a uma moratória assinada pelo Presidente, e não existem quaisquer estruturas oficiais de ensino do português.

    “Não sei como é que a CPLP aceitou a Guiné, um Estado ditatorial que não respeita o direito internacional”, lamentou Gabriel Obiang Obono, líder de um movimento que nasceu em Espanha, entre guineenses exilados e descontentes com a situação do país.

    Andrés Esono Ondo salienta que o Presidente quer obter “protagonismo e reconhecimento político internacional”, pelo que a CPLP foi “mais um meio” para esse fim.

    Por isso, em 1998 também elevou o francês a língua oficial para entrar na Francofonia mas o seu uso é inexistente entre a população, nem sequer nas zonas fronteiriças com o Gabão ou com os Camarões.

    Depois “tentou entrar na Organização dos Estados Ibero-americanos mas falhou porque lá existem critérios democráticos, ao contrário do que aconteceu na CPLP. Aí, ele (Obiang) pagou a entrada”, acusou Esono Ondo.

    A Guiné Equatorial é um dos países mais ricos de África, apesar da sua pequena dimensão. Como terceiro maior produtor de petróleo, o país tem atraído muito investimento estrangeiro que tem recuado após a queda dos preços do crude.

    Os anos sucessivos de recessão devido à dependência quase total do petróleo levaram o país a discutir com o Fundo Monetário Internacional um programa de assistência cujos contornos ainda não foram divulgados. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

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