Segunda-feira, Maio 6, 2024
15.3 C
Lisboa
More

    ONU alerta que grupos armados intensificam violência no norte

    ONU afirma que violência armada na província moçambicana de Cabo Delgado, está a “intensificar-se” e pode ameaçar a segurança regional

    O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) considerou esta quinta-feira (12.09.) em Maputo que a violência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a “intensificar-se” e pode ameaçar a segurança regional.

    “Os chamados grupos terroristas têm aumentado a intensidade dos ataques na província de Cabo Delgado”, lê-se num comunicado distribuído esta quinta-feira, em Maputo, citado pela DW.

    Aquela agência da onusiana emitiu a nota, na sequência de “consultas de alto nível” que promoveu com quadros do Estado moçambicano, para a elaboração e aprovação do “Plano de acção estratégico abrangente em resposta ao crime organizado, transnacional, drogas e terrorismo”.

    Debilidade das fronteiras

    Na reunião com as autoridades moçambicanas, o director de Prevenção de Terrorismo na UNODC, Massood Karimipor, afirmou que “criminosos e terroristas exploram igualmente a debilidade das fronteiras e da fiscalização em geral, particularmente na província de Cabo Delgado, no norte, para arrecadar fundos, planear e mobilizar actividades criminosas e violentas”.

    O UNODC, continuou, está pronto para prestar assistência adicional ao Governo de Moçambique para prevenir e combater o crime e o terrorismo, de acordo com as convenções e normais internacionais”, refere o comunicado.

    O representante do UNODC em Moçambique, César Guedes, manifestou preocupação com o aumento da utilização do território moçambicano para o tráfico de drogas, principalmente heroína proveniente de Afeganistão.

    “Nos últimos anos, as províncias da região costeira tornaram-se pontos de entrada e saída de mercadorias ilícitas, tais como drogas que chegam do Afeganistão”, disse Guedes, citado no comunicado.

    Exploração da biodiversidade

    Os crimes contra a vida selvagem e a floresta também foi discutida, uma vez que Moçambique tem sido palco do crime organizado transnacional, que tentam explorar a rica biodiversidade.

    “O tráfico de fauna e flora selvagens, juntamente com os crimes na cadeia de valor da pesca, roubam recursos naturais e impedem que uma renda valiosa seja destinada para apoiar o desenvolvimento social e económico de comunidades que dependem de recursos naturais”, lê-se na nota.

    “Todos reconhecemos que nas últimas décadas, Moçambique perdeu 80% da sua população de elefantes e que, em 2014-2014, os últimos rinocerontes selvagens foram caçados por criminosos”, afirmou Jorge Rios, que lidera a área de combate aos crimes contra a vida selvagem e floresta na UNODC.

    Violência desde 2017

    De acordo com números recolhidos pela Lusa, a onda de violência em Cabo Delgado, desde 2017, já terá provocado a morte de cerca de 200 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança.

    Os ataques ocorrem na região onde se situam as obras para exploração de gás natural nos próximos anos.

    O grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico anunciou pela primeira vez, em Junho, estar associado a um dos ataques, mas a Polícia da República de Moçambique (PRM) informou na altura que esta informação não era verdadeira.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    00:00:36

    Mais de 1,6 milhões de pessoas assistiram ao concerto de Madonna no Rio de Janeiro

    O último concerto da Celebration Tour terminou com um recorde para a Rainha do Pop. Mais de 1,6 milhões...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema