O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, exortou as potências mundiais nesta quinta-feira a não iniciarem um diálogo com o Irão depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que poderia se encontrar com seu colega iraniano para resolver uma crise relativa ao projecto nuclear de Teerão e às sanções de que é alvo.
“Esta não é a hora de conversar com o Irão. Esta é a hora de aumentar a pressão sobre o Irão”, disse Netanyahu aos repórteres a caminho de Londres, onde foi recebido pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e mais tarde tinha reunião marcada com o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper.
Os comentários de Netanyahu, avança a Reuters, assinalaram uma discordância pública rara entre o líder de direita israelita e Trump na questão nuclear iraniana. Netanyahu já havia desaconselhado a França a se aproximar do Irão.
O líder israelita, que luta pela sua sobrevivência política numa eleição no dia 17 de Setembro, alardeia com frequência que a sua influência sobre líderes ocidentais, especialmente colegas de direita como Trump e Johnson, é vital para a segurança de Israel. Os seus oponentes dizem que a sua proximidade de figuras de direita no exterior prejudica Israel por tornar o apoio ao seu país uma questão partidária em países amistosos.
Na quarta-feira, Trump deixou a porta aberta para um possível encontro com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York no mês que vem, dizendo: “Tudo é possível. Eles gostariam de poder resolver o seu problema.”
Teerão rejeitou qualquer negociação com Washington a menos que Trump suspenda as sanções que adoptou depois de tirar os EUA do acordo nuclear de 2015 com o Irão, que Netanyahu repudiou dizendo ser inadequado.
O Irão disse que, a partir de sexta-feira, começará a desenvolver centrífugas para acelerar o enriquecimento de urânio, que pode gerar combustível para usinas de energia ou bombas atómicas. Os iranianos negam querer armas nucleares.