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    700 migrantes desaparecidos em naufrágio no Mediterrâneo

    Imigrantes chegam no porto de Messina, Itália, após serem resgatados, no dia 18 de abril de 2015 (Foto: GIOVANNI ISOLINO/AFP)
    Imigrantes chegam no porto de Messina, Itália, após serem resgatados, no dia 18 de abril de 2015 (Foto: GIOVANNI ISOLINO/AFP)

    Cerca de 700 imigrantes podem ter morrido no naufrágio de um barco ao largo da costa da Líbia neste domingo, um acidente que, caso confirmado, seria “a pior tragédia” ocorrida no Mediterrâneo, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).

    Diante desta nova tragédia, a União Europeia anunciou que iria realizar uma reunião de emergência com seus ministros do Interior e das Relações Exteriores, mas não especificou qualquer data específica.

    Enquanto isso, a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, decidiu incluir o tema na agenda da reunião informal de ministros das Relações Exteriores da cúpula da UE desta segunda-feira em Luxemburgo.

    O navio afundou a cerca de 110 km da costa levando mais de 700 pessoas a bordo, segundo explicaram 28 sobreviventes resgatados por um navio mercante, disse Carlotta Sami, porta-voz do ACNUR na Itália, à rede de televisão italiana Rainews24.

    Se estes números forem confirmados, será “a pior tragédia jamais vista no Mediterrâneo”, afirmou a porta-voz.

    O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que a resposta para esta situação “tem que vir da Europa” e que “já não vale a pena as palavras, temos de agir”. “Os europeus serão desacreditados se não forem capazes de evitar tais situações dramáticas”, disse Rajoy, durante um comício eleitoral em Alicante.

    O alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres, disse que “este desastre confirma a urgência de restaurar uma operação de salvamento no mar e estabelecer vias legais críveis para chegar à Europa”. “Caso contrário, as pessoas que procuram segurança continuarão a morrer no mar”, acrescentou.

    Por sua parte, o presidente francês, François Hollande, pediu uma reunião urgente dos ministros das Relações Exteriores e da União Europeia para resolver a situação.

    Do Vaticano, o Papa Francisco pediu que a comunidade internacional actue “de forma decisiva e rápida” para evitar novas catástrofes e lembrou que os migrantes são “homens e mulheres como nós, irmãos que buscam uma vida melhor”.

    – Seguem os trabalhos de busca –

    Os agentes de resgate “tentam encontrar sobreviventes entre os cadáveres flutuando na superfície do mar”, afirmou o primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, durante um comício político.

    De acordo com a guarda costeira italiana, até agora foram recuperados 24 corpos. Embora ainda não esteja confirmado que a embarcação levava 700 pessoas a bordo, a Guarda Costeira disse em um comunicado que o navio de 20 metros de comprimento, tinha “capacidade para transportar várias centenas de pessoas”.

    Mas a guarda costeira italiana ressaltou que até as 10h (horário de Brasília) a busca ainda estava activa, mas que nenhum outro sobrevivente ou corpo havia sido encontrado.

    Esta nova tragédia no Mediterrâneo se soma a dois outros naufrágios na semana passada, um dos quais deixou 400 mortos e outro mais de 40, segundo relatos de sobreviventes à Organização Internacional para as Migrações (OIM) e organizações não-governamentais.

    O navio lançou um aviso no domingo de manhã capturado pela guarda costeira italiana, que alertou um navio cargueiro português que estava na área.

    Quando o cargueiro chegou, cerca de 220 km ao sul da ilha italiana de Lampedusa, a tripulação avistou o barco naufragando, segundo explicou a guarda costeira italiana.

    Mas as pessoas do navio em perigo correram todas para o mesmo lado, o que pode ter causado o desastre – disse a porta-voz do ACNUR.

    – Importante dispositivo de socorro –

    A Guarda Costeira italiana coordenou uma grande dispositivo de resgate de 17 navios das marinhas da Itália e de Malta principalmente, relatou a guarda costeira italiana e um porta-voz da marinha de Malta entrevistado pela AFP, explicando que o alarme foi dado em torno da meia-noite local (19h de Brasília).

    Diariamente, a guarda costeira italiana ou navios mercantes resgatam uma média de entre 500 e 1.000 pessoas. Mais de 11.000 foram resgatados em uma única semana, de acordo com a Guarda Costeira.

    Várias organizações humanitárias internacionais têm denunciado nos últimos dias a inacção das autoridades europeias.

    “Uma operação Mare Nostrum europeia é necessária”, criticou a porta-voz do ACNUR. A operação de resgate de migrantes italiana Mare Nostrum foi substituída este ano pela operação Triton, uma operação de vigilância das fronteiras muito mais modesta.

    Mais de 900 migrantes morreram até agora este ano em sua jornada entre a Líbia e Itália, sem contar com esta nova tragédia, em comparação com menos de 50 que morreram no ano passado no mesmo período, quando a Mare Nostrum ainda estava em funcionamento, afirmaram esta semana organizações humanitárias. (afp.com)

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