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    Moxico: Fazenda de Camaiangala prevê colher 80 toneladas de milho

    Depois de quatro anos paralisada e agora com um grupo empresarial forte, a Fazenda Camaiangala, na província do Moxico, arrancou com a colheita de milho, uma produção, que iniciou em Maio de 2020, numa parceria entre o grupo FF – empresa que venceu o concurso para gerir esse activo estatal.

    Diniz Kapapelo | Moxico

    A empreitada que contou com o arranque da primeira máquina de colheita pelo Governador provincial do Moxico, Gonçalves Muandumba, demonstra claramente a aposta do Executivo angolano no combate à fome e a pobreza que ainda assolam muitas regiões do País, com maior incidência no Sul de Angola.

    Na ocasião, Gonçalves Muandumba deixou recomendações precisas aos técnicos e empresários locais para a necessidade de transformar este empreendimento num verdadeiro sorvedouro deste cereal que muitas vezes, por falta de escoamento, os produtores locais acabam por não tirar os recursos alocados durante a sua produção.

    Com uma mão de obra de cerca de 102 trabalhadores, a Fazenda Camaiangala no Moxico lançou cerca de 300 hectares e previa colher neste espaço cerca de duas mil toneladas conforme disse Fernando Ferreira, presidente do grupo FF.

    “Infelizmente, a estiagem que se fez sentir um pouco por todo País assolou-nos também em Camanongue e, das 300 toneladas, prevemos apenas colher 80 toneladas o que faz com que não pudéssemos considerar que foi um ano, de todo, positivo”, explicou.

    Ainda assim, garantiu o empresário, sublinhando que o grupo arregaçou as mangas e já estão preparados para a próxima campanha agrícola que começa já em Setembro do ano em curso, cuja meta é lançar cerca de 300 ou 200 hectares em pivôt.

    Produção de suíno
    Além da produção de milho e soja, este projecto agro-industrial está a levar a cabo também outro projecto que passa pela criação de gado suíno, cujo objectivo passa por ter cerca de 550 animais para abate e venda às populações do Moxico.

    Para tal, a alimentação do gado virá directamente da produção de milho, que, além da fuba poderá absorver também a ração animal para o gado suíno.

    Gonçalves Muandumba visitou o espaço e constatou a qualidade dos suinos ali existentes para a procriação com técnicas modernas de alimentação e criação de porcos para facilitar o crescimento dos animais e uma reprodução eficaz.

    Governo local satisfeito com parceiro estratégico
    Para a Administradora municipal de Camanongue, Irene Nelsa Fernandes Maquecha, o arranque da colheita dessa primeira safra de milho após a privatização do projecto agro-industrial de Camaiangala deixa animado o governo local, que encontra assim, um parceiro estratégico na luta que o Executivo angolano tem levado a cabo para o combate a fome.

    “Porque esse é um projecto que começou em 2013 e, infelizmente teve uma paralisação. Mas hoje, estamos a testemunhar a sua primeira colheita desde o novo arranque e esperamos que as 80 toneladas venham a diminuir a carência desse produto aqui no nosso município”, garantiu.

    Por outro lado, a governante sublinhou o facto da reabertura desse projecto ter sido um alívio para o executivo que dirige a nível do município de Camanongue, na medida em que, muitos jovens desempregados do município encontraram neste projecto o seu primeiro emprego.

    “E hoje, já notamos que, os jovens que nos ajudaram no manuseamento das máquinas são jovens oriundos da vila de Camanongue e, por este facto, ficamos totalmente satisfeitos e esperançosos na contribuição que esse projecto vai dar aos nossos munícipes e o coe vamos dar para o escoamento deste bem, da cesta básica para o município sede”, concluiu.

    Lançado no âmbito do Programa de Combate à Fome e Redução da Pobreza do Governo aprovado em 2010, o projecto agro-industrial de Camaiangala constitui a maior unidade produtiva projectada para a província do Moxico e está localizado no Município de Camanongue.

    Anteriormente a instalação em regime “chave-na-mão” tinha sido adjudicada à empresa CEIEC – CHINA NATIONAL ELECTRONICS IMPORT AND EXPORT CORPORATION em 2011, tendo a supervisão geral da execução recaído sobre a Gesterra S.A.

    As obras iniciaram em 2013 e dadas por concluídas em 2016, ainda sem a construção de algumas infra-estruturas contempladas no projecto nomeadamente o posto de abastecimento de combustíveis e os balneários da zona de apoio aos serviços agrícolas (oficina e armazéns), altura em que, por força do DP n.º 91/16 de 4 de Maio a gestão da fazenda foi transferida para a alçada do Fundo Soberano.

    A fazenda contempla três vertentes, uma agrícola, que contempla a produção de grãos, nomeadamente milho e soja, uma agro-industrial centrada na produção de fuba de milho para consumo humano e rações e uma pecuária de criação de porcos, ligada também a um matadouro.

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