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    Moçambique: Líder da Renamo promete que não vai recorrer à violência

    Moçambique foi a votos a 15 de Outubro. (REUTERS/Grant Lee Neuenburg)
    Moçambique foi a votos a 15 de Outubro.
    (REUTERS/Grant Lee Neuenburg)

    Afonso Dhlakama promete que não vai recorrer à violência, apesar de considerar as eleições gerais de 15 de Outubro uma “fantochada”. Dhlakama disse estar pronto para negociar com o Governo a criação de “uma verdadeira democracia”.

    O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, garantiu que não vai recorrer às armas, ainda que fale das  eleições de quarta-feira como uma “fantochada”. Dhlakama disse estar pronto para negociar com o Governo para a criação de “uma verdadeira democracia”. A declaração foi feita hoje, em conferência de imprensa, em Maputo.

    O porta-voz da Frelimo, Damião José, garantiu à agência Lusa que “não houve nenhum contacto” com a Renamo sobre cenários pós-eleitorais, mas prometeu responder ao pedido de negociações do líder da Renamo.

    Nas eleições presidenciais, os resultados oficiais provisórios, relativos a metade dos votos apurados, continuam a dar vantagem à Frelimo, com o seu candidato à Presidência da República Filipe Nyusi a totalizar 62 por cento dos votos. O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reúne 31 por cento e o líder do MDM, Daviz Simango, junta quase sete por cento dos votos.

    Em entrevista a Cristiana Soares, a nossa enviada especial a Maputo, João Carlos Trindade, chefe da missão de observação da Ordem dos Advogados de Moçambique (numa parceria com a Associação dos Advogados da SADC), disse não se mostrar preocupado com o não reconhecimento dos resultados pela Renamo e pelo MDM e mostrou-se satisfeito por Dhlakama anunciar não voltar às armas.

    Na sexta-feira, os observadores da União Europeia, União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Commonwealth, Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e a missão conjunta do Centro Carter e do Instituto Eleitoral para Democracia Sustentável em África salientaram a forma pacífica e ordeira em que decorreu a votação, ainda que tenham apontado irregularidades como ausência de membros da oposição nas mesas de voto e uma campanha desequilibrada a favor do partido no poder. Insuficiências que consideram não ter amplitude suficiente para denunciar o processo eleitoral.

    Por outro lado, um relatório conjunto do Centro de Integridade Pública de Moçambique e da Associação dos Parlamentares Europeus em África deu conta de que um jovem morreu baleado na Ilha de Moçambique durante as eleições, quando a polícia procurava dispersar um grupo de manifestantes que bloqueava o acesso a uma assembleia de voto.

    Entretanto, hoje o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,apelou ao povo moçambicano para que mantenha uma “atmosfera calma” enquanto aguarda pelos resultados definitivos das eleições. De acordo com a agência Lusa, numa declaração divulgada pelo seu porta-voz, Ban Ki-moon destacou que, “apesar de alguns incidentes localizados”, as eleições foram consideradas por missões de observação internacionais e locais como “pacíficas e transparentes”. (rfi.fr)

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