DN|Lusa
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças cabo-verdiano, Olavo Correia, disse hoje que a criação de oportunidades para os jovens africanos, incluindo em Cabo Verde, deve-se à “incompetência” das suas lideranças e não à falta de recursos.
“A criação de oportunidades para a juventude não tem nada a ver com a falta de recursos, e tem a ver com a incompetência, sobretudo das lideranças dos nossos países. Cabo Verde e qualquer país africano tem todos os recursos para ser um país desenvolvido e o desafio está de facto na nossa liderança”, disse o ministro.
Olavo Correia falava numa conferência sobre competitividade e ambiente de negócios num pequeno Estado Insular – o caso de Cabo Verde -, organizada em Santa Catarina de Santiago, pela Universidade de Santiago.
Notando que o continente africano vai ter, nos próximo 50 anos, dois mil milhões de pessoas, das quais 60% serão jovens, o governante disse que precisa, por isso, de criar por mês cerca de um milhão de emprego para os jovens.
“E criar um milhão de emprego qualificado, bem remunerado para os nossos jovens é um desafio enorme, e se não conseguirmos criá-los teremos uma bomba social de grande alcance”, alertou o ministro, citado pela agência Inforpress.
O titular da pasta das Finanças de Cabo Verde sublinhou ainda que os movimentos migratórios em África deve-se à falta de oportunidades nos países africanos.
Por isso, entendeu que a liderança africana “não pode permitir que isso continue”, tendo classificando de “uma autêntica vergonha” aquilo que acontece hoje no continente africano.
Para o ministro, África tem “todos os recursos necessários” para criar “todas as oportunidades” para a sua juventude.
“O Estado tem a obrigação de criar um quadro de negócios, um ambiente de negócios e um clima de investimentos permitindo que os talentos possam colocar a sua capacidade ao serviço do nosso país. E assim que acontece em todos os demais países do mundo desenvolvidos”, prosseguiu.
Sob o lema “Superando muros, construindo rumos”, a conferência decorre até sexta-feira no âmbito da Semana de Negócios, Empreendedorismo e Gestão, evento que pretende “abrir pontes” entre a comunidade académica, a sociedade civil e outros subsistemas.