O Ministério da Cultura destacou, nesta segunda-feira, em Luanda, os feitos da cantora sul-africana, Mirian Makeba, em prol da emancipação da mulher africana e valorização da cultura e identidade do continente africano.
No mês dedicado às mulheres, o ministério, em nota a que Angop teve acesso, no âmbito de mais um aniversário da artista que completaria nesta segunda-feira, 87 anos de idade, destaca o seu engajamento na luta pela liberdade, justiça social e igualdade através da música.
“Makeba, que esteve em Angola após a independência, espalhou a sua música por toda a África e o mundo. Tornou-se activista anti apartheid e o seu exemplo deve encorajar as jovens e sobretudo as jovens artistas a usar a música e o talento como ferramenta na defesa de valores morais, cívicos, familiares e patrióticos, valorização da identidade nacional e a defesa intransigente da justiça social”, lê-se na mensagem divulgada pela Angop.
Miriam Makeba morreu aos 76 anos na localidade de Castel Volturno, no sul da Itália, devido a uma paragem cardíaca que ocorreu após um concerto contra o racismo e máfia em que participava afamosa artista que ficou conhecida como a voz da África.
Ícone da luta contra o apartheid no seu país, Makeba, marginalizada durante mais de três décadas pelo regime racista sul-africano, sempre esteve comprometida com a luta pelos direitos civis e contra o racismo.
A cantora, conhecida também como ‘Mama África’, soube levar como ninguém ao palco as tradições e os trajes típicos de sua terra.
Nascida em Johannesburgo em 4 de março de 1932, passou a infância em Pretória.
Makeba começou a cantar na década de 50 com o grupo Manhattan Brothers, depois fundou a sua própria banda The Skylarks, que misturava jazz com música tradicional sul-africana.
Depois de ver que não poderia desenvolver no seu país a carreira musical que queria por causa do seu activismo comprometido, a cantora viajou para Veneza para então conseguir chegar a Londres, onde conheceu Harry Belafonte, que a ajudou a entrar nos Estados Unidos.
A vigilância do FBI (a polícia federal americana) obrigou Miram e o seu marido a transferir a sua residência para Guiné-Conacri, onde morou até o seu regresso à África do Sul a 10 de Junho de 1990 após a libertação de Nelson Mandela, que tempos depois convidou-a a participar do seu governo.
Entre a sua discografia se destacam “Pata Pata”, “The many voices of Miriam Makeba” (1962), “Miriam Makeba live in Africa” (1967), “The word of Miriam Makeba” (1968), “Miriam Makeba and Harry Belafonte” (1972), “Sangoma” (1988), “Welela” (1989), “Skylarks” (1992) e “Sing me a song” (1994).