Por Né Gonçalves
E ganhou nova dimensão a dikanza da nossa infância, ritmo de brincadeiras, raízes do canto presente. Do Kilandukilu ao Sembamar. As lágrimas dilaceram o coração.
Ficou por cumprir a promessa que há pouco fizemos de escrever a história dos Dikanzas do Prenda e dos Mini Craques a que pertencemos desde os nossos tenros 9 anos.
Queria tanto que fosses tu a tocar o reco-reco, como então chamávamos, na canção “Prendas de Infância” que recentemente compus e que cantei ao telefone para ti e para o Maneco Vieira Dias.
Iríamos relembrar que “o som brincava n’areia dos Dikanzas / Prendas de todos os dias / cordas nos dedos de estrela de Zé Keno com mestria / como se fosse magia / e a linda voz de Sofia / que plantava e a malta colhia / Rosas feitas melodia”.
E vêm-me dizer de repente que partes para o universo para te tornares uma estrela a brilhar e a procurar a Fátima e a Esperança, as nossas mães que nos inspiraram e tanto apoiaram o entusiasmo de fazer conjunto musical da meninice. Vai Minguito Vieira Dias!
Com a resiliência ímpar que demonstraste e a vontade de seguir em frente expressa no sorriso de sempre, encontra o Nando Gonçalves e dá-lhe o abraço feito da força de todos nós. Sei que aí a Dikanza e a Voz vão-se juntar novamente a lembrar os palcos do Las Palmas, Onze Bravos ou o Bela Vista e eu, o teu mano Maneco, os manos Pedrito e Chi Feijó, o Dadinho e o Hugo do Solo (esteja ele onde estiver!), com toda a malta do Prenda e de Angola inteira, vamos vibrar e apaudir de tanta emoção.
por Né Gonçalves