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    Mbanza Kongo: Um património em crescimento

    A cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire, celebra, esta quarta-feira, o 3º aniversário desde a sua elevação a Património da Humanidade, com enormes desafios pela frente.

    Apesar do reconhecimento internacional, por parte da UNESCO, esta histórica cidade angolana, com quase 155 mil habitantes, ainda está longe de atingir o desenvolvimento social e económico desejado.

    O desenvolvimento de Mbanza Kongo tem vindo a ser lento e gradual, sobretudo nessa altura em que se multiplicam os estudos à volta dos seus materiais arqueológicos seculares e milenares.

    A região celebra a importante efeméride diante de pesados desafios, fundamentalmente ligados à construção de novas infra-estruturas, para melhorar a imagem, e em termos de serviços de limpeza.

    Todavia, já regista sinais animadores em variados domínios, com destaque para a educação, energia e águas, saúde, agricultura, vias de comunicação e saneamento básico.

    A educação é, de facto, um dos sectores que mais cresce nos últimos anos, sendo que, actualmente, a cidade conta com um total de 75 escolas.

    Desse leque, 52 são do ensino primário, 10 colégios do I ciclo, oito complexos escolares, quatro escolas do II ciclo de ensino secundário e uma de formação de professores.

    Só esse ano lectivo, mercê das melhorias conseguidas na criação de novas infra-estruturas escolares, estão matriculados nessa localidade um total de 55 mil e 270 alunos.

    Comparativamente ao ano lectivo passado, houve acréscimo de cinco mil e 200 alunos que, pela primeira vez, entraram para o sistema normal de ensino, no município sede.

    Quanto ao corpo docente, o município de Mbanza Kongo controla mil e 304 professores, dos quais 608 para o ensino primário, 516 para o I ciclo e 180 professores para o II ciclo de ensino secundário.

    Para permitir a inserção de seis mil e 978 crianças no sistema de ensino, estão em construção duas escolas, de 8 e 12 salas de aulas, no quadro do Programa Integrado de Intervenção nos Municípios.

    Saúde

    Por sua vez, no domínio da Saúde também já se registam melhorias substanciais na cidade, que conta com uma rede sanitária de 41 unidades, das quais 28 públicas.

    O sector conta com 226 técnicos, entre os quais nove médicos e 135 enfermeiros.

    A malária, febre tifóide, as doenças diarreicas e respiratórias agudas são as patologias mais frequentes.

    Conforme as autoridades locais, existem projectos de construção e reabilitação de centros e postos de saúde em várias comunas do município, com vista aproximar os serviços de saúde junto da população.

    Nos sectores de energia e águas também há sinais evidentes de crescimento, sendo que hoje os habitantes de Mbanza Kongo têm menos razões de queixa.

    A cidade conta, desde Julho de 2017, com energia eléctrica da rede nacional, dispondo de uma subestação eléctrica de 60/15 KV, com potência de 40 MW, dos quais apenas 12 MW são consumidos.

    Quanto ao sector das águas, um novo sistema de captação, tratamento e distribuição, em funcionamento desde Dezembro de 2019, atende mais de 100 mil consumidores.

    Com capacidade de bombear 525 metros cúbicos/hora, o novo sistema de abastecimento de água foi construído a partir do rio Lueji, arredores da cidade de Mbanza Kongo.

    Agricultura

    Entretanto, há dificuldades visíveis no sector da agricultura, apesar de o município de Mbanza Kongo ser potencialmente agrícola, sobretudo em termos de tubérculos.

    A localidade produz, em grande escala, mandioca, jinguba, banana, gergelim, abóbora, feijão, milho, feijão macunde, abacaxi, batata-doce, cana-de-açúcar e citrinos.

    A principal dificuldade para o relançamento do sector é a falta de máquinas para preparar os solos. Mesmo assim, o sector da agricultura na região preparou e cultivou, manualmente, durante esta época agrícola, cerca de 12 mil hectares, com diversos produtos.

    O município controla 170 associações e cooperativas agrícolas, que periodicamente recebem apoios de insumos agrícolas por parte da administração municipal.

    Conquanto, para mudar a imagem da urbe, a administração local prevê plantar mil mudas de plantas ornamentais nas principais artérias da cidade de Mbanza Kongo.

    No entanto, o número de plantas está aquém da extensão, sendo que, numa primeira fase, será contemplada a zona urbana, enquanto se aguarda por mais plantas para a cobertura da zona periférica.

    Quanto ao saneamento básico da cidade, um dos principais problemas da administração municipal, parece ter os dias contados, tendo em conta o lançamento de um concurso público para encontrar a empresa que se encarregará da recolha dos resíduos sólidos.

    A intenção é tornar Mbanza Kongo uma cidade cada vez mais limpa e atraente.

    Associa-se a isso, um novo modelo de limpeza e saneamento básico da cidade denominado “Meu Quarteirão Cuido Eu”, que visa engajar directamente os citadinos na limpeza das áreas de residência.

    O programa está em implementação desde o princípio deste mês.

    Vias de comunicação

    Noutro domínio, no quadro do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), 15 quilómetros de estrada serão intervencionados, nos bairros Sagrada Esperança (Cazanga), Martins Kidito e 11 de Novembro, periferia da cidade de Mbanza Kongo.

    Embora se desconheça o montante a ser aplicado, é factual que os trabalhos consistem na terraplenagem e compactação dos solos, para conferir maior mobilidade.

    A reabilitação de vias urbanas, a cargo do governo provincial do Zaire, será executada ainda este ano, devendo ser intervencionados mais de 10 quilómetros.

    Enquadrado na terceira fase das vias urbanas (a primeira e segunda fases decorreram em 2014 e 2016), o projecto consiste, para além da colocação de tapete asfáltico, na construção de redes técnicas de iluminação pública.

    Inclui ainda colectores de águas pluviais, de escoamento de águas residuais, de telecomunicações, de água potável, com passeios e lancis.

    A cidade de Mbanza Kongo tem uma população estimada em 155 mil e 174 habitantes distribuídos em cinco bairros: Sagrada Esperança, Martins Kidito, Álvaro Buta, 11 de Novembro e 4 de Fevereiro.

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    FonteAngop

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